projeto «BioMade4U», liderado pela investigadora Christiane Salgadodo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), conquistou o Prémio de Investigação Alfredo da Silva – na área de Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde – atribuído pela Fundação Amélia de Mello.

O projeto agora distinguido com 25 mil euros propõe o tratamento personalizado para doentes oncológicos com osteorradionecrose (necrose do osso causada pela radioterapia em pacientes com tumores de cabeça e pescoço) através do desenvolvimento de um biomaterial “vivo” e inovador (bioconstruções 3D) que promoverá a reconstrução/regeneração eficaz de tecidos orais danificados, nomeadamente os defeitos ósseos.

O financiamento obtido através do Prémio Alfredo da Silva, sublinha Christiane Salgado, “será o ponto de partida para o desenvolvimento de biomateriais mais inteligentes, eficazes e biologicamente ativos”. O objetivo, concretiza a investigadora do grupo «Biocomposites» do i3S, “é recorrer à engenharia de tecidos e personalizar o tratamento de pacientes com osteorradionecrose, regenerando a estrutura e função dos tecidos orais perdidos pela ressecção do tumor e pela radioterapia”.

Os produtos deste projeto, acrescenta Christiane Salgado, “respondem a necessidades clínicas para tratar pacientes, com vantagens consideráveis ​​em relação às terapias atuais para regenerar defeitos ósseos oro-maxilo-faciais críticos, não só porque promovem uma rápida reabilitação do paciente, como melhoram a sua qualidade de vida, otimizam custos e reduzem o tempo que estão afastados do trabalho”.

O projeto «BioMade4U» resulta de uma colaboração entre o grupo «Biocomposites» do i3S, liderado por Fernando Jorge Monteiro, o grupo «Bioengineered 3D Microenvironments», liderado pela investigadora Cristina Barrias, e o IPO-Porto, na pessoa do estomatologista Jorge Marinho.

Note-se que esta não é a primeira vez que o Prémio Alfredo da Silva é atribuído a investigadores do i3S. Em 2021, o projeto «Hereditary Breast Ovarian Cancer – HBOC: Optimizing hereditary cancer pathways (saving costs and lives)», liderado pela investigadora Carla Oliveira e focado nas vantagens da prevenção em relação ao tratamento dos cancros hereditários da mama e do ovário, conquistou a primeira edição do galardão, também na categoria de Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde.

U.Porto representada em todos os projetos premiados

Promovido pela Fundação Amélia de Mello e com curadoria científica da Universidade NOVA de Lisboa / NOVAhealth, o Prémio de Investigação Alfredo da Silva distinguiu este ano três projetos desenvolvidos em instituições portuguesas nas áreas da sustentabilidade social, económica e política.

Na categoria “Inovação Tecnológica, Mobilidade e Indústria, foi distinguido o projeto «ReSkinn – Reuse of an acellular rabbit dermal matrix as a bio-substitute of human Skin», liderado pela Universidade Católica Portuguesa – Porto e de cuja equipa vez parte o cirurgião plástico e professor da Faculdade de Medicina da U.Porto, Ricardo Oliveira Horta.

Já o Prémio “Alfredo SIlva e o Empreedorismo” foi atribuído ao projeto OCEANFIRE, liderado pelo Instituto de Politécnico de Leiria, e no qual está envolvido Patricia Valentão, professora do Departamento de Ciências Químicas e investigadora do Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) e do REQUIMTE/LAQV.

Os prémios foram entregues no passado dia 30 de junho, na Fundação Serralves, no Porto.