Vai ser um espetáculo de regresso às origens do Orfeão Universitário do Porto (OUP) e com diferentes gerações em palco. Durante duas horas, haverá fados variados, baladas e guitarradas. Há décadas de história viva para contar e os guardiões deste património são, precisamente, as várias gerações de orfeonistas que, no dia 5 de novembro, às 21h00, se apresentam no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto.
Foi logo desde a fundação do OUP, em 1912, que a Canção/Fado de Coimbra começou a acompanhar as intervenções do grupo, com fados e guitarradas a fazerem parte do repertório, logo nas primeiras apresentações públicas do então Orfeon Académico.
Com o passar dos anos, o Orfeão foi-se constituído como uma autêntica escola do fado/canção de matriz Coimbrã, continuando a preservar, divulgar e renovar o património e os intérpretes do fado académico.
No final da década de 1940, surgem as primeiras formações fixas de cantores e guitarristas do género, formando um grupo de fados e guitarradas que, depois de uma escassez de intérpretes durante o período pós-revolucionário, nos meados dos anos 1980 se renova e revitaliza, sem deixar esmorecer a tradição do fado académico na Universidade e Academia do Porto.
Atualmente, o Orfeão Universitário do Porto é composto por cerca de duzentos orfeonistas que dão corpo a uma enorme variedade artística, espalhada por onze grupos. Entre eles incluem-se o grupo de Fados de Lisboa e o grupo de Fado Académico.
São então 110 anos de história, cultura e tradição aqueles que se vão “cantar” na noite de 5 de novembro, na “casa mãe” da Universidade. Para além da união entre os antigos e os novos orfeonistas, o concerto funcionará como um sarau cultural onde a noite de fados poderá ser usufruída “de forma mais intimista”, antecipa Francisco Costa, o novo diretor do Orfeão.
A entrada é livre, ainda que limitada à lotação do espaço.
Uma nova Direção, novos desafios
É açoriano, está no 3º ano do curso de Física da Faculdade de Ciências da U.Porto e tem também formação em Música, o 8º grau de canto do Conservatório. O percurso de Francisco Costa tem, por isso, uma forma ligação à música coral e de câmara, vertentes que gostaria de ver mais dinamizadas dentro do Orfeão.
O novo diretor do OUP tem várias ideias que quer fazer subir ao palco, para todas as áreas artísticas do Orfeão, entre elas um concerto com orquestra (nomeadamente a da Faculdade de Engenharia da U.Porto) e os vários coros da academia. De resto, está já na agenda uma Missa com a intervenção do Coro do Orfeão e da Orquestra Filarmónica de Esposende, marcada para dia 6 de novembro, às 11h00, na Sé do Porto.
Entre os objetivos desta nova direção está também a realização de um Festival de Tunas Femininas, a promoção de um encontro internacional de coros, um encontro de grupos etnográficos (mesmo fora da Academia) e a continuação do mais antigo festival de tunas universitárias em Portugal (FITU). No fundo, promover uma maior dinâmica e intercâmbio com outros grupos, nomeadamente internacionais.