No próximo sábado, de 2 de julho, pelas 17h00, Martín López-Vega e Luís Soares Barbosa vão estar no auditório da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto para uma conversa com o poeta, docente e investigador José Rui Teixeira. O evento servirá também para apresentar os seus recentes livros: A eterna qualquercoisa, de Martín López-Vega e Longos dias breve o medo, de Luís Soares Barbosa.

Vamos ter sentados, lado a lado, um poeta e tradutor espanhol, já premiado (e com trabalho desenvolvido na área da crítica literária) e outro poeta habituado ao dia-a-dia de um Departamento de Informática de uma Escola de Engenharia, com um percurso igualmente reconhecido na sua área… Que laços se podem entrelaçar entre estes dois universos? “Na verdade, a história da literatura é feita de relações e coabitações improváveis”, responde José Rui Teixeira.

O trabalho e as circunstâncias do quotidiano “não se dissociam” da “condição de poeta, mesmo quando implicam áreas aparentemente pouco poéticas”. De resto, diz-nos o investigador doutorado em Literaturas e Culturas Românicas na Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), nestes dois autores e na sua escrita o que encontramos são “vestígios de um modo de habitar a vida, da experiência dos lugares e de reinventar a linguagem”.

Entre “a inteligência e a ironia da poesia de Martín López-Vega e a atenção e a deriva na poesia de Luís Soares Barbosa”, José Rui Teixeira acredita que será fácil “descobrir empatias entre o poeta e o matemático”. Garante, logo à partida, uma “boa conversa, sem pretensões, ‘sem rede’… e os poemas na voz dos seus autores”.

Sobre os autores

Martín López-Vega é autor de vários livros de poemas recolhidos no volume “O uso do radar em mar aberto. Poesia 1992-2019” (La Bella Varsovia, 2019), seguida de “Egipcíaco” (Visor, 2021). É autor de ensaios como “Obreros de la luz. Os poetas de duração e elegia pós-moderna” (2017) ou “Periferias Emancipadas” (2022). A sua antologia foi feita por Joaquim Manuel Magalhães em “Poesia espanhola de agora” (1997).

Tradutor em espanhol de Almeida Garrett, Eça de Queirós, Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Lídia Jorge ou Valter Hugo Mãe, entre outros, é atualmente diretor da equipa do Instituto Cervantes.

Martín López-Vega. (Foto: DR)

Antes de longos dias breve o medo (Officium Lectionis, 2022), Luís Soares Barbosa publicou onde sopra o vento (Edições Quasi, 2004) e, mais tarde, na Cosmorama, embora seja noite (2007) e sobre fio de lume (2008). Em 2016, a Câmara Municipal de Braga editou e fico só e falo com as sombras, livro distinguido com o Prémio Literário Maria Ondina Braga.

Profissionalmente, Luís Soares Barbosa é professor catedrático na Escola de Engenharia da Universidade do Minho e investigador no INESC TEC, em lógica e teoria da computação.

Luís Soares Barbosa. (Foto. DR)