O docente e investigador Vítor Vasconcelos, professor catedrático da Faculdade de Ciências (FCUP) e presidente do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), é o vencedor do Prémio de Excelência Científica da Universidade do Porto 2021, galardão que tem como objetivo reconhecer os docentes e cientistas da instituição que mais se destacam no domínio da investigação científica.
A decisão do júri foi tomada por unanimidade e reconhece “o contributo e esforço” desenvolvidos por Vítor Vasconcelos “na criação e divulgação de conhecimento, na angariação de financiamento para as atividades de investigação e na produção de publicações científicas”.
Aos 58 anos, Vítor Vasconcelos vê assim premiada uma ligação de mais de 35 anos à U.Porto, que começou ainda como estudante, e se desenvolveu num percurso de excelência nas áreas da investigação e da docência, mas também nos domínios da transferência da tecnologia e da divulgação científica.
“O reconhecimento do meu trabalho pelos pares tem vindo a ser feito através da aprovação e atribuição de bolsas de estudo, projetos científicos e tecnológicos, serviços, através da aceitação da publicação de artigos científicos e convites para conferências e cursos um pouco por todo o mundo. Mas o reconhecimento da minha atividade cientifica pela minha universidade, é o maior reconhecimento de todos. É o meu Óscar cientifico!“, destaca o investigador e diretor do grupo de Biotecnologia Azul e Ecotoxicologia do CIIMAR.
Sobre Vítor Vasconcelos
Natural de Guimarães, Vítor Vasconcelos é licenciado (1985) e doutorado (1995) em Biologia pela Faculdade de Ciências da U.Porto.
A nível científico, tem-se destacado pelos seus contributos nos domínios da biotecnologia marinha e biotecnologia azul, nomeadamente na procura de novas moléculas e extratos com potencial valorização biotecnológica, baseados em cianobactérias e microalgas.
“Queremos contribuir para encontrar novos antibióticos, agentes anticancerígenos, anti-parasíticos, substâncias que previnam a obesidade ou que possam ser formular novos protectores solares ou outros cosméticos, tintas anti vegetativas para navios e outras estruturas imersas, bio-estimulantes ou bioprotectores para a agricultura ente outras. Em suma, dar valor acrescentando e de uma forma sustentável aos recursos microbianos aquáticos”, refere o investigador, que é responsável pela criação de uma coleção de culturas– LEGE-CC – que conta já com mais de 1200 estirpes daqueles organismos.
Autor de mais de 400 artigos científicos e coautor de vários pedidos de patentes (sete só nos últimos cinco anos), Vítor Vasconcelos está envolvido, como investigador responsável ou co-responsável, em vários projetos nacionais e internacionais que, só na última meia década, permitiram atrair mais de 17,7 milhões de euros.
Para além da presidência da Direção do CIIMAR, que desempenha desde 2013, é o atual diretor do OCEANUS – Centro de Competências para a Ciência e Tecnologia do Mar da U.Porto, e diretor executivo da BlueBio Alliance, uma rede vocacionada para os biorecursos marinhos e biotecnologia azul, que junta mais de 100 entidades a nível nacional.
Em paralelo com a carreira científica, Vítor Vasconcelos é professor – catedrático desde 2008 – no Departamento de Biologia da FCUP. Fundador e atual diretor do Doutoramento em Biotecnologia Marinha e Aquacultura lecionado pelas universidades do Porto e Minho, foi diretor da licenciatura em Biologia (FCUP) e dos mestrados em Biologia e Gestão da Qualidade da Água (FCUP) e Toxicologia e Contaminação Ambiental(ICBAS/FCUP). É ainda professor convidado em diversas universidades um pouco por todo o mundo, tendo contribuído para mais de 70 dissertações de mestrado e 50 teses de doutoramento, maioritariamente na U.Porto.
Membro do European Marine Board (desde 2011) e do conselho científico do Museu Nacional de História Natural de França (desde 2019), participou em diversos comités editoriais de revistas internacionais. É avaliador de projetos da Agência de Inovação e de várias instituições nacionais e internacionais de financiamento da investigação em mais de 15 países.