Promover o convívio e a partilha de experiências entre os estudantes internacionais que estão a realizar um curso completo na Universidade do Porto foi o objetivo principal da primeira edição do My U.Porto Experience, evento que teve lugar no passado dia 21 de maio, no edifício da Reitoria.
Num ano em que a U.Porto regista um número recorde de estudantes internacionais de grau, procurou-se com esta iniciativa – dinamizada pela Reitoria da U.Porto e pela recém-criada Associação Estudantil InterUp – identificar os problemas sentidos por estes estudantes desde que chegam a Portugal e durante a sua vivência na cidade e na Universidade. Tudo isto para que, em conjunto, possam ser criadas soluções viáveis para melhorar a adaptação dos estudantes, facilitando desta forma a criação de um ambiente multicultural na instituição.
Entre os vários estudantes que deram o seu testemunho existiram alguns pontos em comum. É o caso das dificuldades sentidas no acompanhamento das aulas ou na realização das provas escritas, concebidas de maneira diferente face aos seus países de origem. Foram ainda apontadas a discrepância dos programas de ensino entre países e as dificuldades na procura de alojamento e de integração junto dos restantes estudantes da Universidade.
Em resposta aos estudantes, a vice-reitora da U.Porto com o pelouro da Formação e Organização Académica e Relações Internacionais admitiu que “a Cultura e a Língua são eventualmente as maiores barreiras nesta experiência desafiante” vivida pelos mais de 3 mil estudantes internacionais de grau da Universidade. Ainda assim, Maria de Lurdes Correia Fernandes manifestou o compromisso da Universidade em trabalhar “para que logo no arranque do 1.º ano destes estudantes possa haver formas de harmonização e integração em todos os sentidos”.
Sensível ao tema do alojamento, a vice-reitora lembrou, contudo, que essa é uma questão que necessita de uma intervenção alargada a várias entidades da região e do país, não se limitando à vontade da Universidade. Ao contrário da “exigência do ensino da U.Porto”, que deve ser mantida “para melhor preparar os estudantes para o mercado de trabalho, mantendo, assim, a qualidade da Universidade”.
Alguns dos estudantes tiveram ainda a oportunidade de deixar algumas sugestões para melhor receber e integrar os colegas que vão chegar à U.Porto já no próximo ano letivo. Entre elas inclui-se a criação de eventos comuns para os estudantes do 2.º e 3.º ciclos de estudos (mestrados e doutoramentos), o maior envolvimento com os estudantes portugueses e o acompanhamento personalizado dos estudantes que chegam à U.Porto depois do arranque do ano letivo
Terminada a sessão, seguiu-se um pequeno lanche-convívio num dos pátios interiores da Reitoria, onde as dezenas de estudantes participantes provaram alguns sabores típicos portugueses e de outras origens. Houve ainda espaço para demonstrações de fado e de folclore, a cargo do Grupo de Fados da Faculdade de Letras da U.Porto e do NEFUP.
Sabia que?…
Só em 2018/2019, o número de estudantes internacionais a frequentar um curso completo na U.Porto ascende a 3084. Brasil (2259), Itália (103), Moçambique (85) e Cabo Verde (75) são as nacionalidades mais representadas. Já entre as faculdades que mais estudantes acolhem, destacam-se as de Engenharia (706), Letras (560), Ciências (330), Economia (298) e Belas Artes (194).
Sobre a interUp
A InterUp é uma associação estudantil que surgiu em 2019, pelas mãos de um grupo de estudantes internacionais da U.Porto. Focada na integração daquela comunidade, a associação assume como missão o apoio aos estudantes desde a sua chegada à Universidade, em questões que vão do alojamento à obtenção de visto de residência, passando ainda pela aproximação aos estudantes locais ou pela procura de oportunidades no mercado de trabalho.
Aberta a estudantes de todas as nacionalidades – incluindo portugueses – e de todos os graus de ensino da U.Porto, a InterUp afirma-se ainda como ponte de ligação entre os estudantes internacionais e os serviços da Universidade.