Depois de vários anos de indefinição, o Estádio Universitário do Porto vai ser finalmente “devolvido” à comunidade académica e à cidade. A muito esperada reabilitação do mais antigo e emblemático espaço desportivo da Universidade do Porto arrancou oficialmente esta terça-feira, com uma sessão de apresentação que contou com a participação do Primeiro-Ministro, António Costa, e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
Com um custo total de cerca de 2,5 milhões de euros – suportado na totalidade pela Universidade do Porto -, a primeira fase da “nova” vida do Estádio deverá estar concluída no início de 2020 e focar-se-á na recuperação das principais instalações e infraestruturas. A face mais visível será a substituição do atual relvado, no lugar do qual nascerão dois novos campos de futebol de última geração.
As intervenções previstas incluem ainda a instalação de uma pista de treinos para atletismo e duas pistas de treino de salto em comprimento e triplo salto; a renovação total das redes de infraestruturas e das pavimentações exteriores, com a criação de novos acessos aos diferentes espaços do complexo; a recuperação das zonas verdes; e a construção de um parque estacionamento com 140 lugares e espaços reservados para bicicletas e veículos elétricos.
Para Joana Carvalho, Pró-Reitora do Desporto da U.Porto, estes melhoramentos “assegurarão que o Estádio Universitário possa responder às exigências do desporto de rendimento e à informalidade dos desportos de lazer”. Por outro lado, vão permitir a conversão do complexo “num espaço nobre, aberto a toda a comunidade académica e a toda a cidade”, um “desígnio que há muito queríamos ver concretizado.” (ver caixa abaixo).
Na verdade, a reabilitação do Estádio Universitário do Porto – um dos três do país, a par dos de Lisboa e de Coimbra – afigura-se como um dos vértices de uma estratégia ambiciosa que visa “dotar os três polos da U.Porto com infraestruturas de qualidade, que permitam uma prática generalizada e diversificada de exercício físico”. Lembrando as “cerca de 8500 pessoas que utilizam hoje os serviços desportivos da Universidade [correspondentes a cerca de 150.000 utilizações por ano] para se manterem ativos”, Joana Carvalho não poupa na ambição. “Queremos muito mais. Queremos mais estudantes, mais funcionários, mais pessoas de fora. E para tal, este tipo de empreitadas é fundamental!”.
Satisfeito com o arranque das obras mostrou-se também o diretor do Centro de Desporto da U.Porto (CDUP-UP). No que considerou ser “um dia histórico para o Desporto Universitário na U.Porto”, Bruno Almeida aproveitou para levantar o véu sobre a segunda fase de recuperação do Estádio. Ainda sem data definida, a intevenção incluirá a reformulação da bancada e dos balneários, a construção de quatro campos de Padel e a criação de uma zona para desportos de praia, para além a instalação de um centro de ‘fitness’ e apoio ao Alto Rendimento. O objetivo? “Queremos preparar isto para os próximos 50 anos!”
Mais do que um estádio
Ocupando uma área de construção de 2900 m2, em terrenos contíguos à Ponte da Arrábida, o Estádio Universitário do Porto foi oficialmente inaugurado a 28 de abril de 1953. O espaço, que originalmente incluía um campo de futebol, pista de atletismo e bancadas, sofreu vários melhoramentos nos anos seguintes, incluindo a construção, na década de 60, de dois pavilhões polidesportivos anexos.
Contudo, após essa data, o complexo foi alvo de pouco ou nenhum investimento, tendo chegado aos primeiros anos do século XXI em estado de quase abandono. A degradação acelerada das instalações tornou praticamente impossível a disponibilização das instalações para a prática desportiva pela comunidade académica ou a realização de qualquer tipo de evento desportivo oficial.
O espaço manteve-se neste estado de subutilização até 2013, ano em que a U.Porto reassumiu a gestão do espaço (até então nas mãos da associação privada CDUP) e iniciou um programa de recuperação dos espaços e equipamentos. Desse esforço resultou já a reabertura ao público dos dois pavilhões existentes no complexo, fruto de um financiamento de 400 mil euros, totalmente custeado pela Universidade.