Helder Maiato, investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e Professor convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), é o vencedor da segunda edição do Prémio de Excelência na Investigação Científica da Universidade do Porto, o galardão anual instituído pela Universidade com o objetivo de reconhecer os seus docentes e cientistas que mais se destacam no domínio da investigação científica.
Licenciado em Bioquímica (1998) e doutorado em Ciências Biomédicas pela U.Porto, Helder Maiato, 43 anos, é um dos Coordenadores do Programa Integrativo em Cancro do i3S, instituto onde dirige o grupo de investigação «Dinâmica e Instabilidade Cromossómica». Autor de mais de 100 publicações científicas, é a partir do Porto que se tem distinguido internacionalmente no estudo da divisão celular, em particular das forças responsáveis pelo movimento dos cromossomas durante esse processo, cuja compreensão se tem revelado fundamental para entender inúmeras doenças, nomeadamente o cancro.
Entre as inúmeras distinções que recebeu ao longo da carreira contam-se as prestigiadas ERC Starting Grant (2010) e ERC Consolidator Grant (2015), ambas atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação (European Research Council, ERC). Foram-lhe ainda atribuídos vários prémios e financiamentos nacionais e internacionais, incluindo o Prémio da Sociedade Portuguesa de Genética Humana (2004), o Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação (2005), o Prémio Robert Colinas (2005), o Prémio Crioestaminal (2007), o Programa da Fundação Calouste Gulbenkian Frontiers of Life Sciences (2007);, o Programa Human Frontiers Science (2010), o Prémio Louis-Jeantet Young Investigator Career (2015), o FLAD Lifescience 2020 (2015), entre outros.
É então todo esse percurso de sucesso que a Universidade do Porto vai agora premiar com 5 mil euros, “em reconhecimento do contributo e esforço desenvolvidos [por Helder Maiato] na criação de novos conhecimentos, produção de publicações científicas e angariação de financiamento para as atividades de investigação”.
Já para o investigador, este surge como “uma espécie de prémio acumulado” porque “premeia o trabalho continuado de uma equipa que contou com mais de 40 pessoas que passaram pelo meu laboratório nos últimos 15 anos”. E se não é o prémio mais valioso que ganhou, Helder Maiato não esconde que é um dos mais especiais: “Ser reconhecido pela ‘minha’ Universidade é um patamar importante de reconhecimento do nosso trabalho dentro de portas e pelos nossos pares mais próximos. Ficamos satisfeitos porque tem sido para nos um objetivo desde que começamos o nosso trabalho no Porto poder elevar o nome e a visibilidade da U.Porto internacionalmente”, diz.
Sobre o percurso que vem desenvolvendo na U.Porto, o também docente da Faculdade de Medicina (desde 2005) destaca a “felicidade” de ter encontrado “as pessoas certas, como o Prof. Alexandre Quintanilha, o Prof. Claudio Sunkel, a Prof. Clara Sambade e a Prof. Deolinda Lima, que me abriram as portas da Universidade e tornaram possível fazermos aqui o nosso trabalho, sem qualquer complexo de inferioridade com o que melhor se faz no mundo”. E deixa uma certeza: “não o trocaria por nada nem lugar nenhum no mundo. Estou cá de corpo e alma e sinto-me em casa!”.
Vincando que” a investigação e a procura de novo conhecimento é aquilo que distingue uma universidade de qualquer outra escola”, o investigador lembra, porém, que “há ainda muito a fazer no que respeita à integração da investigação que se faz nos institutos de interface com as próprias faculdades”. E aponta o caminho: “Temos que abandonar as nossas pequenas identidades porque na verdade tudo isto é a Universidade do Porto e esta deve ser o nosso cartão de apresentação ao mundo. Quando vou a uma conferencia no estrangeiro, as pessoas não dizem que venho do instituto A ou da faculdade B, mas sim da Universidade do Porto”.
Em paralelo com a investigação laboratorial, Helder Maiato desempenha regularmente funções como revisor para as mais prestigiadas revistas científicas e agências de financiamento em todo o mundo e tem realizado várias avaliações externas e funções editoriais ao longo dos anos. Entre 2012 e 2015, exerceu também funções como Conselheiro Nacional de Ciência e Tecnologia do Primeiro-ministro Português e, em 2016, foi eleito membro da European Molecular Biology Organization (EMBO). Desde 2015, lidera um outro projeto – a Yscience – que tem por missão promover a educação científica em crianças.
Promovido pela Vice-Reitoria para a Investigação, Inovação e Internacionalização da U.Porto, o Prémio de Excelência na Investigação Científica da Universidade do Porto foi criado em 2018 com o propósito de reconhecer e fomentar a participação dos docentes e investigadores da U.Porto em projetos de investigação científica que se distingam pelo seu grau de excelência e impacto. A primeira edição do galardão foi conquistada por Adelino Leite Moreira, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina.
O galardão será entregue a 22 de março, durante a sessão solene do Dia da Universidade 2019.