Federação Académica do Porto (FAP), organismo que representa as diferentes associações de estudantes da Universidade do Porto e da restante academia portuense, é uma das entidades parceiras da campanha ‘”Violência no namoro não é para ti”, uma iniciativa da Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade que pretende definir barreiras e percecionar atos de violência entre os estudantes universitários.

Entre as iniciativas previstas na campanha inclui-se uma linha de apoio a projetos de combate à Violência no Namoro, desenvolvidos por Associações e Federações Académicas, apresentada no dia 14 de fevereiro, no Pólo Zero. “A violência no namoro existe, mas não é inevitável. Combatê-la é responsabilidade de todos. É responsabilidade também nossa!”, destacou a Presidente da FAP, Ana Luísa Pereira, não deixando de frisar o papel da federação enquanto “agente de transformação social”.

Presente na sessão esteve também a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, que explicou o” papel preponderante” dos estudantes no combate a este fenómeno. A governante aproveitou ainda a oportunidade para elogiar o trabalho da FAP, a que se referiu como “uma federação académica que não é uma federação académica qualquer, é uma federação académica extremamente importante, com um trabalho muito significativo no Porto”.

No evento estiveram também presentes Patrícia Patrício, representante da Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social e o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

Violência no namoro está a aumentar em Portugal

A apresentação da campanha aconteceu no mesmo dia em que a União de Mulheres Alternativa e Respostarevelou um conjunto de dados preocupantes sobre a realidade da violência no namoro em Portugal. Num estudo nacional realizado com 5.500 jovens com uma média de idades de 15 anos, a UMAR concluiu que em em cada quatro jovens legitima a violência no namoro, considerando normais ou aceitáveis atos de violência física, psicológica e sexual. Por outro lado, cerca de um quinto dos inquiridos (19%) disseram que tinham sido vítimas de algum comportamento de violência psicológica.

Apresentado na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP), o estudo versou também sobre violência através das redes sociais. Neste caso, os resultados que há uma maior prevalência de rapazes a afirmar sofrer estas formas de violência (12%). Cerca de 11% dos inquiridos dizem ainda ter sido vítimas de insultos e atos de humilhação “online”.

 

Numa análise geral análise aos dados, Maria José Magalhães, dirigente da UMAR e professora da FPCEUP, lamentou que “a naturalização da violência esteja presente na sociedade em geral”. A docente realça por isso a importância da realização de estudos e de campanhas sobre violência no namoro capazes de envolver os pais, educadores, docentes e instituições.