Já falta pouco para o nascimento do novo “quartel general” do I3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde da Universidade do Porto. Foi isso mesmo que Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência, pôde testemunhar no passado dia 24 de abril, numa visita àquela que será a futura sede do “super-centro” que resulta da comunhão de três dos mais reconhecidos institutos de investigação da U.Porto: o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).
A visita arrancou de manhã cedo, a partir do IPATIMUP, onde Nuno Crato e a Secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, conheceram as atividades do novo centro de investigação explicadas pelo Diretor do i3S, Mário Barbosa, e pelo Reitor da U.Porto, Sebastião Feyo de Azevedo.
“O facto de este edifício albergar esta grande unidade vai certamente ajudar a uma melhor integração com a Universidade. Está a implementar-se um campus no verdadeiro sentido do termo onde as pessoas vão de uma faculdade para outra, de uma biblioteca para outra, e onde conseguem discutir Ciência de uma forma mais próxima”, sublinhou Nuno Crato, no final. Em declarações à TVU. (ver vídeo abaixo), o ministro destacou a “ligação da Universidade à investigação”, traduzida “de forma tão harmónica” no novo edifício, algo que que constitui “um exemplo para o país porque é uma unidade muito grande o que lhe permite ser muito competitiva internacionalmente, ao mesmo tempo que tem uma relação muito estreita com a Universidade e com os seus estudantes, desde os de licenciatura aos de pós-graduação”.
Recorde-se que o I3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde foi um dos únicos 10 centros de investigação portugueses recentemente classificados como “Excecional” pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Até ao final de 2015, os mais de 700 colaboradores e 250 investigadores doutorados do IBMC, INEB e IPATIMUP vão transferir-se para o novo edifício, construído de raiz para as atividades do I3S.
Para o diretor do i3S, Mário Barbosa, o novo centro de investigação “vai permitir uma aproximação cada vez maior às necessidades da sociedade em termos clínicos e de resolução de problemas de saúde”. Para isso, aposta, entre outras áreas, numa “colaboração muito grande com os hospitais” da cidade. “Será uma mudança significativa porque a nossa investigação de base é muito boa, o facto de termos uma colaboração com os hospitais, que já existe, mas que vai ser reforçada, vai-se traduzir claramente em melhores cuidados de saúde e criação de novas empresas que vão trazer riqueza para o país”, realçou.
Parte do “segredo” do I3S residirá na reunião, num mesmo edifício, de alguns dos mais reputados cientistas internacionais no domínio das Ciências da Saúde. Pretende-se desta forma “misturar as pessoas que trabalham em áreas fundamentais com aquelas que trabalham em áreas mais aplicadas. Coisas que aconteciam pontualmente, mas que agora vão ser intensificadas porque, se calhar, vamos partilhar o mesmo laboratório e, se calhar, estar um ao lado do outro”, sustenta Cláudio Sunkel, diretor do IBMC.
O desenvolvimento de sinergias dentro e fora da Universidade é também o caminho traçado por Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, para aquele que será “o polo de Ciências da Saúde maior da Europa. Temos o S. João e o IPO, que são dois hospitais fora de série. Temos as faculdades de Medicina, Engenharia, Economia, Medicina Dentaria e Nutrição e temos o UPTEC [Parque de Ciência e tecnologia da Universidade do Porto] para a criação de novas empresas. Agora juntamos aqui um centro de investigação que é indiscutivelmente fora de série”.
A sede do I3S será um edifício de 14 mil metros quadrados, totalmente dedicado a laboratórios e serviços de investigação, com ligação ao atual edifício do IPATIMUP que será reconvertido para salas de aulas de mestrados e doutoramentos, auditórios e serviços administrativos. Uma empreitada orçada em 21,5 milhões de euros, dos quais 18 milhões foram financiados por fundos comunitários no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte, o “ON.2 – O Novo Norte”.