A NEI oferece uma oportunidade privilegiada para conhecer o que de melhor se faz nos laboratórios da U.Porto

Hoje, sexta-feira, dia 28 de setembro, a Praça Gomes Teixeira vai ser invadida por dezenas de investigadores da Universidade do Porto que, por essa noite, trocam o silêncio dos seus laboratórios pelo contacto com as centenas de pessoas que passam pela baixa da cidade.

É este o mote dado por mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores (NEI). Entre as 18 horas e a meia-noite, os cientistas trazem a público o que de melhor se faz na maior universidade do país, abordando áreas tão distintas como a robótica, a medicina regenerativa ou mesmo a adaptação de procedimentos laboratoriais à cozinha molecular – tudo isto, mostrado de uma forma descontraída, simples e apelativa.

O corpo e atividades “mão na massa”

Na Praça Gomes Teixeira, o corpoé um dos temas em destaque. A exposição “O corpo” propõe-se, pelo espaço de uma noite, a divulgar alguns dos projetos ou produtos de investigação que medem, monitorizam, reparam, substituem e estendem as funcionalidades do corpo humano.

Entre as arcadas da Reitoria da U.Porto será possível conhecer projetos como o “Hug me”, um manequim que “adivinha” sentimentos através de um abraço e faz uma projeção multimédia em função desse sentimento, até aos robots vigilantes que patrulham edifícios e conversar com quem desenvolve estas tecnologias.

Em simultâneo, decorrem as atividades “mão na massa”, quinze atividades de descoberta científica, que propõem explicar fenómenos científicos complexos através de experiências simples.

Música…mas não só

No palco da NEI, a música está em grande destaque: são quatro concertos, desde a eletrónica do projeto Astroboy, liderado por Luís Fernandes (investigador da FADEUP), até às guitarras dedilhadas em fingerstyle de Horácio Tomé Marques e Hugo Cardoso. Tudo isto, sempre acompanhado por uma forte componente visual que atinge um novo patamar com o “concerto termográfico” – o jazz dos Cadillac Club Trio irá ser acompanhado pela imagem térmica dos músicos, adaptando ao entretenimento uma técnica que tem sido usada como forma complementar de diagnóstico em diversas áreas da medicina, como na deteção de lesões músculo-esqueléticas, por exemplo.

Dentro do edifício histórico da U.Porto, é ainda possível visitar os museus, excecionalmente abertos até à meia-noite, e também conhecer melhor a história da academia, com uma visita guiada ao Salão Nobre da Universidade. Ainda dentro do edifício, a Biblioteca recebe uma instalação vídeo, Ex vivo, resultado da colaboração entre investigadores e músicos. Partindo de imagens vídeo de culturas celulares de fibroblastos, cardiomiócitos e neurónios, utilizadas em investigação científica, a Ex Vivo ruma a uma exploração de narrativas sobrepostas nas temáticas do desenvolvimento, do envelhecimento e da ambicionada regeneração de tecidos.

A noite termina com uma simbólica escalada livre da fachada da Reitoria da U.Porto, com comentário simultâneo, tanto do ponto de vista desportivo como fisiológico.