O civismo, a hospitalidade e a natureza são alguns dos temas em destaque num certame que quer criar pontes entre o real e o imaginário, oferecendo a experiência dos lugares que o cinema permite imaginar. É esse o “cartão de visita” da 6.ª edição do IndieJúnior Porto – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil, que está de volta, de 27 a 30 de janeiro, à Casa Comum (Reitoria) e à Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).

Pelo quarto ano consecutivo, o IndieJúnior Porto traz à Universidade um programa diversificado de oficinas, filmes e debates (ver programa abaixo). A grande novidade deste ano é, contudo, a atribuição, pela primeira vez, do Prémio Impacto Universidade do Porto.

Revestido de uma forte vertente social, este galardão – com um valor pecuniário  de 1.000 euros e cujo vencedor será definido por um júri composto por investigadores da U.Porto – visa “distinguir o filme que mostre como estamos todos interligados, que desafie convenções, ative a imaginação e suscite mudanças de perceção da nossa vida”. No fundo, “que mostre que somos responsáveis uns pelos outros e inspire à ação”, afirma a Vice Reitora com o pelouro da Cultura, Fátima Vieira.

Recordando que a U.Porto acolhe estudantes de mais de 100 nacionalidades e sendo a hospitalidade um dos temas do festival, a responsável sublinha que o cinema traduz experiências, promove valores e influencia a “nossa forma de pensar”. Como ferramenta de comunicação, poderá desempenhar um papel relevante na “construção da sociedade do futuro, que se quer inclusiva” e que vai obrigar “à reinvenção dos códigos para o acolhimento do Estrangeiro”, acrescenta.

Filmes, debates e oficinas para toda a família

A estreia do IndieJúnior Porto na Universidade está marcada para dia 27 de janeiro, na Casa Comum, e propõe uma reflexão sobre Os desafios dos jovens estrangeiros e a sua integração, sob o formato Filme + Debate.

Quais as maiores dificuldades dos estudantes estrangeiros quando chegam ao nosso país? Como poderemos ajudar à sua integração? Entre os convidados estará Fuse (Nuno Teixeira, dos Dealema). A conversa partirá da projeção, às 11h00, do filme Boa Viagem, de Fabio Friedli, uma pequena animação que retrata as crueldades e dificuldades das travessias de pessoas que procuram uma nova vida noutro país.

Conhecer os autores dos filmes também será possível no dia 28, pelas 18h00, como a realizadora e ilustradora Joana Toste, que irá partilhar a sua experiência enquanto realizadora de cinema de animação numa conferência aberta ao público. A conferência acontece na Casa Comum, ao edifício da reitoria da U.Porto.

Também no dia 27, às 11h30, e no dia 28, mas às 15h30, e noutro ponto da cidade, temos oficinas com um parceiro novo para o Festival: a Galeria da Biodiversidade. Nestas oficinas, O Peixe Palhaço e a Barracuda vai convidar cada participante a desempenhar o papel do peixe-palhaço ou da esfomeada barracuda. Olhando de perto o ciclo de vida dos peixes-palhaço, nascendo machos, o maior grupo transforma-se em fêmea. Vivem numa anémona, que os protege dos predadores e procuram sobreviver quando dela saem para se alimentar. Aos participantes vai pedir-se que prossigam a busca por comida, de preferência sem serem comidos, num mundo selvagem e cheio de surpresas!

Novo Normal é o título da oficina que a Galeria da Biodiversidade oferece no dia 28 de janeiro, às 11h30 e também no sábado, dia 29 de janeiro, com duas sessões, sendo a primeira às 10h30 e a segunda uma hora depois. Que mensagem queremos aqui passar e repetir? Que se há lição que podemos tirar da vida na Terra é que o normal não existe. Partindo do grupo animal mais diverso do planeta – o dos insetos – vamos desconstruir a ideia do que é, ou não é, normal.

Domingo, dia 30 de janeiro, de manhã (às 10h00) e à tarde (15h30) vamos brincar às criaturas que nascem dos ovos? Através do recurso a jogos e técnicas simples que remetem para mecanismos de perceção ligados ao cinema, Meia Dúzia de Ovos – Uma produção independente é uma oficina que explora a biodiversidade. Cada participante é convidado a olhar mais detalhadamente para estes ovos e contar a sua história.

A entrada na Galeria da Biodiversidade é livre, mediante inscrição prévia através do e-mail [email protected]. A lotação é limitada.

Entre longas e curtas metragens, ficções, documentários e animações, esta 6.ª edição do IndieJúnior Porto vai decorrer de 25 a 30 de janeiro e integra cerca de 50 filmes em competição. No âmbito do programa Eu Programo um Festival de cinema, alguns dos filmes foram escolhidos por crianças e jovens dos 6 aos 8 anos, de escolas da cidade do Porto.