Nuno Francisco (à esq.), Filipa Ribeiro e Ricardo Ferraz (à dir.) são os três fundadores do PubhD. (Foto: PubhD)

O que acontece quando três investigadores de doutoramento (PHd) de áreas totalmente distintas se encontram num bar (Pub) para falar sobre o seu trabalho? “Magia”, garantem os fundadores do PubhD, o projeto que, desde 2017, tem procurado dar voz aos aos jovens cientistas da cidade e que celebrou o seu segundo aniversário com uma sessão especial na Reitoria da U.Porto.

Foi em janeiro de 2017 que Filipa Ribeiro, Nuno Francisco e Ricardo Ferraz – todos eles investigadores de instituições universitárias do Porto – “importaram” para a Invicta o movimento internacional surgido no Reino Unido, três anos antes. “Rapidamente percebemos que os três tínhamos em comum um forte interesse pela comunicação de ciência, já com projetos pessoais e profissionais nesse âmbito, pelo que, como achamos o formato muito bom, considerámos que o Porto merecia e tinha condições para ter um PubhD Porto que promovesse os jovens investigadores e a ciência que se vai fazendo nas instituições de ensino superior da cidade”, explicam.

Para explicar o seu trabalho, os oradores de cada sessão podem usar somente um quadro branco e objeto alusivos à sua investigação. (Foto: PubhD)

Das intenções aos atos foi um pequeno passo, que culminou com a realização do primeiro “encontro” com a Ciência, no Café Pinguim. Seguir-se-iam mais 17 sessões, sempre na última quinta-feira de cada mês (com exceção de julho, agosto e dezembro) e sempre com o mesmo modelo. “Em cada evento convidamos estudantes de áreas diferentes, promovendo o cruzamento de saberes e experiências, e estimulando uma conversa informal, dirigida a uma assistência não especialista mas interessada”. Tanto que as tecnologias ficam à porta. “Cada orador pode usar somente um quadro branco e objeto alusivos à sua investigação para explicar uma tese através da tradicional técnica de “fazer um desenho”.

E se “as primeiras sessões foram muito especiais por vermos o formato a funcionar”, o tempo provou que é possível “colocar, numa agenda tão estimulante como a da cidade do Porto, um evento inteiramente dedicado à Ciência. Conseguimos criar um grupo de habitués que já nos segue desde o início, mas claro que há espaço sempre para mais”. O segredo do sucesso? “Apesar de já irmos para o terceiro ano, pensamos que o formato ainda consegue surpreender, estamos sempre a descobrir novos talentos em comunicação graças ao esforço dos nossos oradores e pensamos que a produção científica das instituições da cidade deve ser conhecida de uma forma mais intimista, mais orientada à educação de públicos e menos institucionalizada”.

Filipa, Nuno e Ricardo fazem por isso um “balanço positivo” do projeto. “A disponibilidade dos investigadores, mesmo dos mais jovens, ainda não é tanta como gostaríamos para comunicarem e falarem de ciência fora dos contextos formais. Mas depois de irem ao PubhD Porto, todos eles reconhecem a importância e, sobretudo o prazer de falar de Ciência só pelo gosto da mesma”, afirmam.

Olhando para o futuro, os três fundadores mostram-se “animados a continuar a divulgar Ciência fora das portas dos laboratórios”. E porque em fórmula vencedora não se mexe, “o formato, no seu essencial é para se manter. Ainda assim “irão haver novidades mais ao nível dos espaços em que realizaremos o PubhD Porto de forma a aproximá-lo ainda mais do público”. Uma coisa é certa: “para o futuro teremos mais e melhor PubhD Porto”.

A 2.ª Gala de Aniversário do projeto contou com a participação dos vice-reitores da U.Porto Maria de Lurdes Correia Fernandes e Pedro Rodrigues. (Foto: PubhD)

E foi isso mesmo que ficou vincado na 2.ª Gala de Aniversário do PubhD Porto, realizada no passado diz 31 de janeiro, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto. Pensada de forma a destacar a comunidade de estudantes internacionais da cidade, a “festa” juntou três doutorandos estrangeiros da U.Porto para falar sobre as respetivas áreas de estudo. Foram eles Diego Calvetti (Engenharia Civil / FEUP) Dorneles Neves (Comunicação e Media Digitais / FEUP) e Naiara Neves (Oncologia Molecular / FMUP).

O evento, que contou com a participação dos vice-reitores da U.Porto Maria de Lurdes Correia Fernandes e Pedro Rodrigues, incluiu ainda com um momento musical protagonizado por alunas da Academia de Música de Vilar do Paraíso, que apresentaram peças tocadas em harpa.

A atividade do PubhD pode ser acompanhada no blogue e na página do projeto no Facebook.