O Presidente da República publicou, esta tarde, uma nota de pesar pela “morte prematura” de Raquel Seruca, investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que faleceu esta segunda-feira, vítima de doença oncológica.

Lembrando que Raquel Seruca “desde sempre se destacou na medicina e na promoção e defesa da ciência em Portugal”, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu “o seu notável trabalho de investigação para avanços significativos no estudo e tratamento do cancro gástrico”.

“Considerada uma mente brilhante e uma verdadeira força da natureza por quem com ela se cruzou, inspirou uma geração de cientistas na área”, acrescentou o Chefe de Estado.

“Uma das mais brilhantes cientistas portuguesas de sempre”

A nota da Presidência da República junta-se às muitas manifestações de pesar pela morte de Raquel Seruca, assinadas por figuras da Academia, da Ciência e da sociedade civil.

Numa nota difundida esta manhã, o Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, destacou o “extraordinário contributo” que a docente e investigadora “deu à Ciência portuguesa, à Universidade do Porto, à sua Faculdade de Medicina e aos seus institutos de ciências da saúde Ipatimup e i3S”.

Referindo-se a Raquel Seruca como “uma das mais brilhantes cientistas portuguesas de sempre”, o Reitor destaca ainda a “marca indelével de dedicação, competência, saber e generosidade” que a investigadora deixou ao longo de “uma carreira científica profusa e muito prestigiante, que extravasou fronteiras e projetou a ciência portuguesa internacionalmente”.

“Várias gerações de investigadores que trabalharam e conviveram com a Professora Raquel Seruca foram contagiadas pela sua vitalidade, otimismo e perseverança, traços de carácter que colocou ao serviço da ciência e que vão certamente ficar guardados na memória”, concluiu António de Sousa Pereira.

 Claudio Sunkel, diretor do i3S e amigo “de longa data” de Raquel Seruca, recorda a investigadora como “uma mulher de garra, frontal e de grandes convicções”, que “contribuiu com grande generosidade para a implementação do projeto i3S”.

Para além das” inúmeras contribuições de grande relevância” no campo do estudo do cancro gástrico, o também professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) lembra Raquel Seruca como alguém “sempre disponível para contribuir no desenvolvimento da Ciência”.

“Uma mulher extraordinária que fazia ciência com emoção”

Também a Faculdade de Medicina publicou uma nota de pesar em homenagem à docente e antiga estudante da instituição.

Num comunicado assinado por José Carlos Machado, vice-presidente do Conselho Cientifico da FMUP e vice-diretor do Ipatimup, a faculdade nota que “a Raquel, ficará na história como uma das mais brilhantes cientistas e formadora de cientistas de Portugal”.

“Sobre os seus feitos científicos muito se irá com certeza escrever. Mas a Raquel era muito mais do que isso. Caracterizada muitas vezes como ‘força-da-natureza’, que o era, a Raquel era, acima de tudo, uma mulher extraordinária que fazia ciência com emoção. Era precisamente isso que distinguia a Raquel na multidão”, lê-se.

Já o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) deixou um tributo  à “incansável defensora da investigação sobre o cancro, como forma de desenvolver novos e mais eficazes meios de diagnóstico e terapêutica”.

Lembrando a ligação de Raquel Seruca ao Instituto, o Conselho de Administração do IPO-Porto lembra aquela que foi “uma das maiores obreiras do projeto Porto Comprehensive Cancer Centre (P.CCC), ao qual transmitiu toda a sua visão e entusiasmo, estimulando uma genuína e eficaz integração entre investigação científica e cuidados assistências de excelência em Oncologia”,

O funeral de Raquel Seruca realiza-se esta terça-feira, 31 de maio, às 15h00, na Igreja de Cedofeita (Porto).