Quando questionado sobre quais os motivos que o levaram a escolher a profissão que hoje desempenha, João Sérgio Neves não hesita na resposta. Entre o fascínio de perceber como funciona o corpo humano, à vontade de poder ajudar quem mais precisa, a decisão já estava mais do que tomada quando ingressou, em 2007, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

A dar os primeiros passos na carreira que divide entre as consultas, a atividade de docência e o Doutoramento em Ciências Cardiovasculares, na FMUP, João Sérgio Neves tem somado prémios e distinções no seu curriculum. São exemplos disso a distinção obtida no âmbito do concurso “Projetos de Inovação Pedagógica” (2018) e o Prémio de Excelência Pedagógica (2019), ambos atribuídos pela Universidade do Porto. Nesta última categoria, o médico endocrinologista já tinha pertencido ao lote de finalistas, em 2017.

Mais recentemente, João Sérgio Neves foi um dos autores do artigo que conquistou o Prémio para a Melhor Publicação atribuído pela Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE). O trabalho, que aborda a relação entre a pré-diabetes e o risco de desenvolvimento de doença renal, surgiu de uma colaboração entre investigadores de várias áreas científicas e instituições.

Já em 2018, um outro trabalho desenvolvido pelo professor da FMUP, também na área da doença renal, valeu a João Sérgio Neves a conquista do Young Investigator Award, um galardão atribuído pela Sociedade Europeia de Endocrinologia (ESE).

É por entre as notas clássicas de Bach e as guitarras elétricas de Radiohead e Muse que João Sérgio Neves espera poder continuar a pautar, com a mesma dedicação, o percurso dividido entre a atividade clínica, a docência e a investigação científica. Como refere o médico natural da cidade do Porto, “o investimento em cada uma destas áreas contribui para a excelência nas outras duas”.

Naturalidade? Porto

Idade? 31 anos

De que mais gosta na Universidade do Porto?
Das suas pessoas. Dos seus Estudantes, Investigadores, Docentes e Pessoal Não Docente. A Universidade do Porto apresenta um capital humano fantástico e tem-me permitido conhecer muitas pessoas que me têm servido de referência tanto a nível profissional como pessoal.

De que menos gosta na Universidade do Porto?
Da dificuldade em reter o talento que existe na Universidade do Porto. Isto é mais evidente entre os investigadores, pela dificuldade de integrarem carreiras com maior estabilidade.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Promover o aprofundamento da inter-relação entre as suas Unidades Orgânicas. Acredito que todas as iniciativas que aproximem Estudantes, Docentes e/ou Investigadores de diferentes Unidades Orgânicas contribuirão para uma melhoria da Universidade do Porto.

Como prefere passar os tempos livres?
Tento aproveitar ao máximo os tempos livres para estar com a família e conviver com amigos.

Um livro preferido?
Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Uma visão distópica do mundo que nos permite uma reflexão sobre a organização da sociedade, o significado de felicidade e o valor da liberdade.

Um disco/músico preferido?
Tento manter uma perspetiva abrangente relativamente a músicos e áreas musicais. Algumas preferências dentro de géneros muito diferentes: Radiohead, Muse, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers, Ornatos Violeta, Miguel Araújo, António Zambujo, Bach, Prokofiev.

Um prato preferido?
Francesinha.

Um filme preferido?
Inception de Christopher Nolan.

Uma viagem de sonho?
Austrália – a realizar no futuro.

Um objetivo de vida?
Ser melhor a cada dia e lutar sempre por aquilo em que acredito.

Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Os meus Pais.

O projeto da sua vida…
O maior projeto da minha vida é sem dúvida a minha filha Inês.