Mais de 250 futuros médicos e atuais estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) iniciaram este semestre a entrada nos anos clínicos do curso. Esta nova e “memorável” etapa no percurso dos estudantes, coincidindo com o início da prática clínica diária com doentes, serviu de tónica para a “Cerimónia do Ciclo Clínico”, realizada no passado dia 22 de setembro, na Aula Magna da FMUP.

Na presença dos seus professores, regentes e colegas, os estudantes comprometeram-se com os valores intrínsecos à prática da Medicina, como a dignidade humana e a competência profissional, “na defesa intransigente dos doentes que vierem a ter a honra de servir”.

À semelhança do último ano, os estudantes receberam um emblema inspirado na Deusa Minerva – patrona da Medicina e símbolo da FMUP – e proferiram o juramento dos futuros médicos.

“Agora já não são apenas estudantes de medicina, são médicos em formação”

Na primeira intervenção da cerimónia, Dulce Madeira , diretora do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP, recordou o momento em que ela própria experienciou o que estes estudantes estão agora a viver, recordando a primeira vez que entrou na enfermaria para uma aula prática de Propedêutica.

A diretora do Mestrado Integrado em Medicina dirigiu-se aos estudantes, incentivando-os a serem “ainda mais pró-ativos” nos últimos três anos do curso, lembrando-os que “agora já não são apenas estudantes de medicina, são médicos em formação”.

“Ser médico foi precisamente o propósito que nos trouxe a esta instituição”, realçou, por sua vez, a presidente da Associação de Estudantes (AEFMUP). Margarida Albuquerque assegurou aos colegas que, na hora da primeira intuição clínica acertada, “vão sentir que todo o esforço e cada hora de estudo valeram a pena e que este é o caminho certo, que vai agora começar”.

Em representação da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), Francisco Pêgo, na qualidade de presidente, e Maria Gonçalves, enquanto diretora de Direitos Humanos e Ética Médica, destacaram ambos o papel da responsabilidade que representa “cuidar de pessoas, dos seus medos e das suas expectativas”.

Humanizar a relação entre médico e doente

Antecedendo a imposição do emblema inspirado na Minerva, Francisco Cruz, subdiretor da FMUP, sublinhou a vertente de humanização como crucial na relação entre médico e paciente, exortando os futuros médicos a “olhar para os doentes com todo o cuidado”.

Durante a sua intervenção, o docente recordou também os avanços na medicina ao longo das últimas décadas e os desafios futuros inerentes à profissão. Antes de terminar, Francisco Cruz incentivou os estudantes a frequentarem programas de mobilidade, como o Erasmus, “no sentido de enriquecer conhecimentos e moldar personalidades”, mas também a explorarem caminhos na área da investigação.

Contabilizando 45 anos de experiência profissional, coube a Jorge Polónia, em representação do ciclo clínico, as últimas palavras da sessão. A importância de desenvolver a capacidade crítica, o aperfeiçoamento da capacidade de observação e inteligência emocional, o estudo de assuntos além da medicina e a aprendizagem do pensamento com lógica e rigor foram os conselhos deixados pelo médico e professor da FMUP aos estudantes e futuros colegas de profissão.

Receção aos novos estudantes

No mesmo dia, durante o período da manhã, a FMUP acolheu oficialmente os novos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina, colocados no âmbito da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior 2022/2023.

A Cerimónia de Receção aos Estudantes realizou-se no Auditório do Centro de Investigação Médica e consistiu numa sessão de boas-vindas por parte da comunidade académica e institucional da Faculdade.

Como tem sido habitual nos últimos anos, a sessão contou com as intervenções de Altamiro da Costa Pereira (diretor da Faculdade), Dulce Madeira (diretora do curso), Roberto Roncon de Albuquerque (presidente do Conselho Pedagógico), Margarida Albuquerque (presidente da Associação de Estudantes) e Filipe São Pedro (Dux Medicus Facultis).

Ambas as cerimónias contaram com as atuações das duas tunas – Tuna Feminina de Medicina do Porto e Tuna de Medicina do Porto –, do Grupo de Fados e do GATU – Grupo Amador de Teatro Universitário.