Ao todo eram 130 candidatos, 41 equipas, de 34 nacionalidades diferentes. A Young WoMen Challenge 2021, competição organizada pela Deloitte Luxembourg, decorreu no passado mês de março e consagrou três estudantes do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), no 1.º lugar do pódio. O prémio chegou graças ao unBIASed, um projeto criado pelas jovens estudantes e que permite avaliar os níveis de inclusão e diversidade nas empresas.

Catarina Pereira, Cláudia Ribeiro e Telma Moreira criaram um serviço capaz de fazer uma avaliação dos níveis de preconceito gerados no seio de uma empresa relativamente ao género, etnia, orientação sexual e deficiência dos seus trabalhadores. Utilizando apenas cinco critérios de avaliação, este serviço gera uma pontuação de 0 a 100 com base em fórmulas matemáticas, dando a possibilidade de comparar e nivelar as empresas a partir dos resultados obtidos.

Sob o lema “Medir, comparar e melhorar!”, o unBIASed compara o salário e a percentagem de trabalhadores por grupos de inclusão e mede o tempo de intervenção que pessoas incluídas nestas categorias possuem durante uma reunião, assim como o número de vezes que são interrompidas.

Em simultâneo e de forma contínua, o programa avalia associações entre conceitos e estereótipos com base no tempo de resposta dos participantes e inclui igualmente questionários anónimos de curta duração, realizados a cada dois meses, para que os trabalhadores possam relatar experiências e episódios do seu dia a dia empresarial.

A pontuação final será depois apresentada num ranking global online onde se podem comparar as iniciativas de cada empresa, promovendo, assim, uma competição saudável entre concorrentes e encorajando a implementação de melhores estratégias de inclusão e diversidade.

“Não queremos esperar até 2278 para termos voz no mundo laboral”

Mas de onde veio este interesse pelas temáticas ligadas a integração de minorias em cada local trabalho, sendo as vencedoras ainda estudantes universitárias? “Sabemos que há pouca representação feminina nos cursos universitários, como é o caso do nosso. Por isso, é comum encontrarmos uma grande disparidade entre o número de homens e mulheres nas empresas tecnológicas”, explicam.

Através da solução apresentada, as estudantes pretendem que, no futuro, todos os trabalhadores possam ser integrados e tratados de igual modo, “dando-lhes voz e impedindo obstáculos à sua promoção e crescimento no local de trabalho”. Além disso, “um ambiente de trabalho inclusivo e diverso não só proporciona bem-estar pessoal, como gera maior produtividade e sucesso, devido à multiplicidade de ideias que surgem”, reiteram.

O concurso – que também premiou as vencedoras numa categoria relacionada com um programa específico, que visa colmatar o preconceito inconsciente no local de trabalho – entregou 500€ a cada membro das duas equipas e abriu a possibilidade de realização de um estágio individual na Deloitte Luxembourg.