Numa altura em que cada vez mais se fala em manipulação de imagens, fotos e conteúdos na Internet, relacionada com as fake news, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) foi desenvolvido um módulo que permite detetar a probabilidade de uma fotografia ter sido manipulada. O MF Detector foi criado por Sara Ferreira, durante o Mestrado em Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos, acaba de ser reconhecido internacionalmente, com o 2.º lugar, no Open Source Digital Forensics Conference (OSDFCon). 

“Este módulo pode ser usado na resolução de cibercrimes relacionados com pedofilia, por exemplo. Quando um disco de um suspeito deste tipo de cibercrimes é apreendido, o módulo desenvolvido pode ser usado para analisar automaticamente o mesmo e verificar se contem algum tipo de imagens manipuladas, por exemplo, por deepfake, em que trocamos a cara de uma pessoa numa foto, fazendo-se passar por outra”, explica a alumna da FCUP, que terminou o curso em julho deste ano. 

O trabalho desenvolvido permite aos investigadores da Polícia concentrarem-se apenas nas fotos que possam ter sido manipuladas, o que ajuda a diminuir o tempo da resolução de cibercrimes. 

Para Sara Ferreira, a investigação na área da análise forense digital é a “realização de um sonho”. Esta jovem alumna da FCUP está a trabalhar como Information Security Trainee na Euronext, mas ainda continua ligada à faculdade com o apoio a estudantes que estejam a desenvolver dissertações semelhantes. 

O módulo, que pode ser utilizado através da plataforma gratuita de open source Autopsy, utiliza ferramentas de machine learning e foi realizado com a orientação do docente do Departamento de Ciência de Computadores da FCUP, Manuel Correia, e de Mário Antunes, Professor do Instituto Politécnico de Leiria.