Fotografia, cinema, escrita, música, conversa e até… crochet… O programa de celebrações dos 50 anos do 25 de Abril promovido pela Reitoria da Universidade do Porto é variado e abrangente, mas está incompleto. A proposta é para que, em conjunto, possamos converter em ação a memória do que todos vivemos. A expectativa é que, juntos, criemos novas e impactantes memórias. Só o contributo de todos poderá “fazer cumprir Abril”.

Tendo como palco comum o edifício da Reitoria, o programa de eventos arranca a 3 de abril, ao sabor da palavra com a palavra: é nesse dia que a escritora Ana Rita Rodrigues vai conduzir, na Biblioteca do Fundo Antigo, a primeira de quatro Oficinas de Escrita e Leitura (as outras terão lugar nos dias 10, 17 e 24) em que cada um dos participantes será chamado a convocar o seu próprio simbolismo da Revolução. Os exercícios criativos vão incluir a concretização, a várias mãos, de um Manifesto de Abril e de um Diário de Significados. A participação é livre, mediante inscrição prévia.

No dia 5 de abril, pelas 18h30, arranca, na Casa Comum, um ciclo de cinema intitulado Cidade, Habitação e Justiça Social. Como o próprio nome indica, o tema agregador é o direito à habitação. Através da reportagem, do documentário ou do cinema, vai discutir-se a participação e a cidadania em torno da ideia de uma cidade justa e democrática.

A primeira sessão sessão será comentada pelos sociólogos Manuel Carlos Silva (CICS.NOVA / UM/LAHB) e Lígia Ferro (FLUP) e por José Castelo, do Movimento Associativo, S. Victor Porto. A moderação ficará a cargo do sociólogo António Cardoso (IPVC / CICS.Nova/ UM). As restantes sessões estão marcadas para dias 12, 19 e 26 de abril.

Já no dia 13 de abril, a U.Porto desafia a comunidade a fazer um cravo… de croché. Nesta oficina, a decorrer na Casa Comum, os participantes vão construir, com apenas duas linhas e uma agulha – e, espera-se, alguma habilidade –, uma representação da flor que se tornou no símbolo da Revolução de Abril de 1974. E vão poder envergá-la na Tertúlia/Concerto intitulada Música e Memórias da Revolução que vai fechar o dia. A participação na oficina é livre, mas sujeita a inscrição prévia.

A 18 de abril, a proposta passa por vir ao Salão Nobre da Reitoria, de “cravo na mão, argumentar connosco”. O palco será uma edição muito especial do encontro U.Porto Argumenta, organizado pela Sociedade de Debates da U.Porto (SdDUP). Prometida está a “participação de um convidado muito especial que nos irá relembrar da importância desta data para a democracia e para todos nós”.

Na tarde de 20 de Abril, a palavra funde-se com as artes plásticas num ciclo de quatro workshops em que os participantes serão convidados a escrever o seu próprio Manifesto de Abril, ou, para quem preferir, criar um cartaz alusivo à Revolução. A participação é livre, mas sujeita a inscrição prévia.

Seguimos para 22 de abril, dia em que o Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade (FLUP) e o Instituto de Filosofia vêm à Casa Comum promover uma reflexão sobre o legado de Abril, que se prolongará até dia 24.

Pelo meio, dia 23 de abril, pode ser que saia da Casa Comum com um livro na mão. Intitula-se Cidade e Democracia, 30 anos de transformação urbana em Portugal (Argumentum, 2006) e será o ponto de partida para uma reflexão que pretende avançar mais 20 anos até àquilo que hoje se possa dizer acerca da mudança de que o mundo é feito. A conversa contará com a presença do autor do livro, Álvaro Domingues.

A 27 de abril, já os cravos e os gritos de liberdade terão saído à rua, mas ainda a tempo de se fazerem ver e ouvir no espetáculo TRAVESSIA – maio a nascer que o NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto vai apresentar no Salão Nobre da Reitoria.

O mesmo espaço vai acolher o encerramento das comemorações, agendado para a tarde de 30 de abril. Democracia e Liberdade: Que Caminho para a Igualdade de Género? é a pergunta  que, durante duas horas, vai mobilizar um debate sobre a evolução dos direitos das mulheres, protagonizado por Cristina C: Vieira (APEM) e Manuela Tavares (UMAR).

Ao longo do mês, serão ainda apresentadas, em vários espaços do edifício da Reitoria, as fotografias enviadas por todos aqueles que decidiram participar da Revolução em Imagens.

As iniciativas que assinalam os 50 anos do 25 de Abril são abertas a todos e de participação gratuita.

Para mais informações, consultar o programa de comemorações.