A Universidade do Porto vai receber, nos dias 17 e 18 de novembro, os concertos de abertura da edição 2023 do Teoria das Cordas – festival de música com curadoria jovem. O primeiro espetáculo será no Salão Nobre da Reitoria e o segundo na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP). Ambos começam às 21h00 e têm entrada livre.

Formado pelo guitarrista Francisco Berény Domingues e pelo violoncelista Tiago Azevedo e Silva, o primeiro concerto colocará em palco o Opus Duo. Nas paredes do Salão Nobre irá soar, então, o diálogo entre dois instrumentos, tendo por base obras ibéricas dos séculos XIX e XX (Albéniz, Falla e Lapa) e da América Latina (Villa-Lobos e Piazzolla).

O Opus Duo tem vindo a apresentar um programa que abrange composições ibéricas e sul-americanas dos sécs. XIX a XXI, revisitando alguns compositores espanhóis (Albéniz e Falla) que foram fundamentais para a construção do reportório da guitarra clássica.

Granada, de Albéniz, foi originalmente escrita para piano, e La Vida Breve é uma ópera de Falla, de que o duo tocará uma secção, sendo que a mais conhecida é a Danza 1. Das músicas ibéricas que serão tocadas, apenas a composição Plural VIII do compatriota Fernando C. Lapa foi escrita para estes dois instrumentos.

Passando para o continente sul-americano, a atenção desloca-se para Villa-Lobos que compôs Bachianas Brasileiras n.º 5. O Opus Duo irá recriar o ambiente dramático do primeiro movimento da peça, Aria (Cantilena). Destaque, ainda, para Nightclub 1960, de Piazzolla, originalmente escrita para guitarra e flauta.

Este primeiro recital será antecedido de algumas palavras de apresentação do programa do festival de que Francisco Berény Domingues é, aliás, o curador.

No dia seguinte, 18 de novembro, também às 21h00, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do MHNC-UP, vamos ficar com obras originárias das mesmas regiões. Sob o esqueleto da baleia que se encontra no hall de entrada da Galeria, o andaluz José Luis Morillas vai fazer soar as cordas da sua guitarra e, do lado de cá do Atlântico, irá retomar Albéniz e Tárrega. Do lado de lá, a interpretação recairá no paraguaio Agustín Barrios. O romantismo surge “quebrado” pela transcrição para guitarra das sonatas de Scarlatti.

A edição de 2023 do festival de música com curadoria jovem, realizado exclusivamente em espaços universitários, recupera o nome da edição do ano anterior, mas fazendo cair o “6” que indicava a exclusividade da guitarra como instrumento concertista, uma vez que um dos quatro recitais será de piano a solo.

Teoria das Cordas – festival de música com curadoria jovem é uma organização conjunta do Curso de Música Silva Monteiro e da Universidade do Porto.