“Utopian Possibilities explora o poder da imaginação utópica para identificar e criar ideias e métodos que possam trazer melhorias tangíveis à sociedade humana”, lê-se numa breve nota alusiva a Utopian Possibilities: Models, Theories, Critiques, obra recentemente editada pela U.Porto Press, iniciativa conjunta da Editora da Universidade do Porto e do Centro de Estudos Ingleses, de Tradução e Anglo-Portugueses (CETAPS).

Inserida na coleção Transversal da U.Porto Press, esta obra reúne 38 ensaios de autores diversos, organizados em nove áreas temáticas, considerando modelos utópicos propostos desde a Renascença até à atualidade.

Modelos utópicos para um mundo melhor

O objetivo deste volume passa por explorar o poder da imaginação utópica, bem como submeter a análise e crítica velhos e novos modelos e discursos utópicos, na expectativa de que contribuam favoravelmente para mudanças genuínas na sociedade.

Contudo, como assinala Liam Benison – editor do livro e investigador do Departamento de Culturas e Civilizações da Universidade de Verona – na sua nota introdutória, “Enquanto a imaginação utópica assume, por definição, uma visão mais positiva do futuro, a concretização de mudanças inspirada por visões utópicas não será globalmente vista como positiva”.

Liam Benison adverte, inclusive, para uma previsível “feroz oposição, senão repressão” por parte dos agentes sociais e políticos cujo poder e privilégios são desafiados, o que, por si só, pode mudar as perceções sociais e as definições do que é utópico, antiutópico ou distópico, dependendo da perspetiva e posição de cada um numa ordem social em mudança.

Estes 38 ensaios têm em comum a questão de “como o conhecimento foi usado no passado, e pode ser usado no futuro, para construir uma sociedade inclusiva que possibilite a felicidade e o bem-estar de todos os seus cidadãos”, avança Liam Benison.

Utopian Possibilities em nove atos

As nove áreas temáticas desta publicação, pelas quais os ensaios estão distribuídos, incluem tópicos de diversos quadrantes: modelos de utopia da arquitetura e das artes visuais; modelos históricos de sociedade utópica; história de influentes modelos de utopia; modelos de comunidade imaginada; utopias e distopias literárias menos conhecidas; reflexões sobre o clássico distópico Mil Novecentos e Oitenta e Quatro; utopias para enfrentar a crise climática e os impactos sociais disfuncionais do capitalismo; consequências sociais da disseminação uso de inteligência artificial; abordagens sobre educação, conhecimento e transformação utópicos.

Em suma, os ensaios deste livro veiculam a ideia de que “o utopismo é uma forma de crítica social, um estímulo ao pensamento crítico sobre problemas sociais, políticos, ecológicos (…) que criam conflitos, divisões e consequências desumanas nas sociedades modernas”, remata Liam Benison.

Este título está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.