Ana Luísa Machado, estudante do Programa Doutoral em Biomedicina, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) a fazer investigação no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi distinguida com duas bolsas de investigação – uma FEBS Summer Fellowship, atribuída pela Federação Europeia das Sociedades de Bioquímica, e uma Short Term Fellowship, conferida pela EFIS, a Federação Europeia das Sociedades de Imunologia –  que lhe permitirão estagiar durante quatro meses em Leiden, nos Países Baixos, para estudar a influência do colesterol no microambiente tumoral do cancro colorretal.

Tratam-se de bolsas que apoiam financeiramente a estadia de jovens investigadores durante um curto período num laboratório europeu. Neste caso, a jovem investigadora ficará no laboratório «Cancer Immunogenomics» da Universidade de Leiden, liderado por Noel de Miranda, que, em conjunto com a investigadora Sérgia Velho, do grupo «Epithelial Interactions in Cancer» do i3S, é também coorientador de Ana Luísa Machado.

O trabalho da estudante de doutoramento da U.Porto consiste em “estudar a influência do colesterol na modulação do microambiente imune do cancro colorretal através de uma abordagem bioinformática”.

As análises iniciais, realizadas em colaboração com a investigadora Verónica Fernandes, do grupo «Genetic Diversity» do i3S, “demostraram que os cancros colorretais podem dividir-se em dois subgrupos de acordo com a expressão de vários genes associados a vias do metabolismo do colesterol. À partida, estes dois subgrupos parecem ter características moleculares e clinicopatológicas distintas, assim como diferentes microambientes», como explica Ana Luísa Machado.

Em Leiden, a investigadora vai tentar concluir este projeto validando os resultados numa coorte de cancro colorretal diferente, e “usufruindo da colaboração com experts na área da bioinformática aplicada à imunogenómica”.

A conquista destas bolsas representa um “marco importante” no percurso científico de Ana Luísa Machado, pois terá oportunidade de “fazer trabalho de investigação num laboratório europeu de renome, com um ambiente estimulante e enriquecedor e num grupo de excelência na área da imunologia no contexto tumoral”. Além disso, acrescenta, “é uma oportunidade muito importante para aumentar os meus conhecimentos em bioinformática, uma área que ainda é nova para mim, mas muito estimulante”.