Os temas clássicos mais vibrantes do jazz que fizeram furor em França durante a II Guerra Mundial, conhece? Vai conhecer. Pelo caminho, vai ficar com um travo às influências que os franceses que por cá deixaram. Viajamos até aos antigos cinemas de bairro, acompanhamos uma história de paixão e ciúme, mesmo nas vésperas da revolução dos cravos, e atravessamos o Atlântico para conhecer  os nativos da Virgínia Ocidental. E fazemos tudo isto de 10 a 16 de julho, em mais uma semana das Noites do Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Sempre às 21h30 e com entrada gratuita.

O programa arranca dia 10 de julho, segunda-feira, com O Manual do Cosinheiro e Copeiro, de 1871, pretexto para uns Alperches à moda de Paris – com gelado de baunilha, e avançamos para a Arte da Cosinha, de 1888, de João da Matta. Ficamos por aqui?, Não. Temos ainda Pudim Gabinete e, finalmente, O Cozinheiro do Cozinheiros, editado em Lisboa em 1877, de Paul Plantier, com o seu Frango à Tártara. De que falamos? De três receitas francesas de livros portugueses.

Esta experiência gastronómica e vínica – com entrada gratuita, mas sujeita a inscrição prévia – terá como “maestro do palato” o Chef Hélio Loureiro. Será sob a sua batuta que vamos provar a influência da cuisine française na gastronomia portuguesa. Mas sem exageros. Afinal, este é apenas um aperitivo para a noite que se segue…

Umas são lendárias, outras são bem históricas, as relações do norte de Portugal com a França também estão na origem de manifestações patrimoniais. As “marcas” do Porto em relevantes e icónicos monumentos de Paris dão o mote à palestra que Joel Cleto vai protagonizar na noite de 11 de julho.

Este evento insere-se na FLALF: 3.ª Festa do Livro e do Autor de Língua Francesa, uma iniciativa do Consulado Honorário de França no Porto, com o apoio da Embaixada de França em Portugal, Casa Comum da U.Porto, Institut Français, Alliance Française de Porto e Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.

No dia 12 de julho vamos “dar voz” aos Objetos do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto. A sessão é dedicada a Augusto Nobre, o ilustrador. Helena Gonçalves, curadora das coleções de peixes, répteis e anfíbios do MHNC-UP, vai falar sobre como estes objetos contribuem para a disseminação do conhecimento.

Ilustração de Augusto Nobre. (Foto: DR)

Dias 13 e 14 de julho o convite é para?… Vir ao cinema. Na quinta-feira o Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela traz-nos Devil Put the Coal in The Ground, de Peter Hutchinson e Lucas Sabean. Construído com base nas narrativas dos nativos da Virgínia Ocidental, este filme é uma meditação sobre a devastação e o sofrimento provocados pela indústria do carvão e o seu declínio.

Sexta-feira, Vamos ao Nimas (1975) recorda-nos os cinemas de bairro e os filmes populares que aí se exibiam, numa viagem a um mundo em vias de extinção, e O Vestido Cor de Fogo (1985), uma história de paixão, ciúme e preconceito, leva-nos até às vésperas do 25 de Abril de 1974. “Quem atraiçoa quem” é a pergunta que nos deixa este filme. Ambos integram o ciclo Lauro António em Retrospetiva.

E para assinalar a entrada no fim de semana, nada melhor do que música. A mesma que, na noite de 15 de julho, se vai fazer ouvir pelas mãos dos Porto Caravan, que apresentarão temas clássicos do jazz manouche que fez furor em França antes, durante e após a II Guerra.

Lucas Janine, na voz, guitarra e clarinete, e João Cardoso, na guitarra e banjo-guitarra, foram beber influências ao estilo vibrante de Django Reinhardt. Durante a Ocupação, um dos seus mais célebres temas, Nuages, transformou-se num dos hinos de Paris, simbolizando a espera pela Libertação. Ao duo juntar-se-á José Aníbal Beirão, contrabaixista, neste concerto que funde a tradição cigana e o swing jazz.

Porto Caravan/Concerto de Jazz Manouche é mais um evento inserido na FLALF: 3.ª Festa do Livro e do Autor de Língua Francesa.

Porto Caravan. (Foto: DR)

Pensar no passado do Teatro Universitário do Porto (TUP), para construir o presente e o futuro é o tema do ciclo pensado para as Noites no Pátio do Museu. Lembrar para questionar. Abrir capas, dossiers, janelas. Escancarar portas de armários. Lembrar para debater. Lembrar para celebrar. A peça inaugural sobe ao palco dia 16 de julho, domingo.

As temperaturas convidam e o céu estrelado também. Há todo um programa que celebra a arte a cultura nas suas mais variadas manifestações. Para mais informações, consultar o programa completo das Noites no Pátio do Museu.