Depois da vitória no iUP25k 2023 e de ter ficado em 2.º lugar no BIP Acceleration (ambas as iniciativas organizadas no âmbito do projeto UI-CAN), a BEAT Therapeutics somou novo sucesso ao vencer o concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores “nascidos” nas sete universidades parceiras do UI-CAN Universidades como Interface para o Empreendedorismo, o consórcio que junta a Universidade do Porto e as universidades de Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Fruto da colaboração entre investigadores da Faculdade de Farmácia (FFUP), do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), do REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), o projeto BEAT Therapeutics consiste num composto promissor para o tratamento de cancros agressivos, principalmente em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional.

O composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – é inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Como referem os investigadores, o objetivo é que este seja o “o tratamento de excelência para cancros agressivos”, constituindo por isso uma nova esperança para os mais de 1.5 milhões de pacientes que sofrem de cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama.

Além da constituição da startup BEAT-Therapeutics, a equipa está agora à procura de financiamento para avançar com estudos que permitirão definir as doses de referência para os primeiros ensaios clínicos.

Desta equipa fazem parte Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, local onde o composto foi localizado pela primeira vez, a partir de uma planta utilizada pelos locais em tratamentos.

Para além da BEAT-Therapeutics, este 2.º concurso nacional do UCAN distinguiu ainda mais dois projetos na área da saúde: o projeto PAPILOMA, da Universidade da Beira Interior (2.º lugar) e o projeto Screen4Health, da Universidade do Minho (3.º lugar).

Dois anos de projeto UI-CAN

O concurso nacional aconteceu durante o evento de encerramento do projeto UI-CAN. Depois de mais de dois anos a dinamizar ações de sensibilização e capacitação para o empreendedorismo, foi tempo de fazer um balanço entre os parceiros, apresentar alguns dos resultados alcançados e conhecer as ideias acompanhadas no decorrer do projeto. O evento teve lugar no dia 6 de junho, na Universidade de Aveiro.

O projeto UI-CAN Universidades como Interface para o Empreendedorismo teve início em abril de 2021 e tem como propósito promover o espírito empreendedor, mobilizando o conhecimento universitário para a criação de novas empresas que respondam aos desafios sociais e societais, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O consórcio incluiu sete universidades, lideradas pela Universidade de Aveiro, que dinamizaram diversas iniciativas de ignição, aceleração, ligação e transformação.

É um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.