Jessica Phan, bolseira de investigação Fulbright que está a desenvolver o seu trabalho no laboratório Addiction Biology, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto (i3S), foi selecionada para representar a Fulbright Portugal no 66.º Fulbright Berlin Seminar, que se realiza de 21 a 25 de março, na capital alemã.
Reunindo mais de 500 bolseiros Fulbright de todo o mundo, este evento – organizado pela primeira vez na década de 1950, pela Fulbright Germany – tem como objetivo promover a discussão e a partilha de experiências entre os participantes no programa.
E a de Jessica não podia ser mais inspiradora…
Natural de Los Angeles, Jessica Phan passou primeiro por Espanha, mais propriamente pela Universidade Carlos III, em Madrid, e só mais tarde, no âmbito do Programa da FLAD «Study in Portugal Network», chegou a Portugal, onde esteve seis semanas no grupo do i3S «Structural Biochemistry», liderado por João Morais Cabral.
Encantada com a cidade do Porto e com os portugueses, mas principalmente com o facto de Portugal ter sido o primeiro país do mundo a descriminalizar o consumo de drogas, decidiu candidatar-se a uma bolsa de investigação Fulbright para adquirir conhecimentos nesta área e, ao mesmo tempo, prolongar a sua estadia em Portugal. Conseguiu e vai ficar no Porto e no i3S até junho.
Atualmente Jessica Phan está a usar a eletrofisiologia e a análise computacional para avaliar os perfis de atividade de neurónios do hipocampo expostos a drogas psicoestimulantes (como a metanfetamina). Paralelamente ao trabalho laboratorial, a estudante norte-americana participa com a líder do grupo em que está inserida, Teresa Summavielle, na campanha «Põe-te a Milhas das Pastilhas», que tem como principal objetivo reduzir o uso e o abuso de drogas entre adolescentes em Portugal.
E depois do i3S?
Quando regressar aos Estados Unidos, Jessica Phan pretende fazer o doutoramento em medicina aplicada à investigação. O seu objetivo a longo prazo, explica, “é estudar os fundamentos moleculares de como os ambientes psicossociais negativos contribuem para as neuropatologias”.
“Espero entender melhor os mecanismos que regulam os distúrbios neuropsicológicos para desenvolver modalidades eficazes de tratamento e reduzir as disparidades de saúde entre as populações marginalizadas”, remata.
Antes do Fulbright Berlin Seminar, Jessica Phan viajará ainda até Amesterdão para participar no programa «Our Voices: Navigating Identities in the Fulbright Program», um seminário centrado na promoção da diversidade e inclusão.