A Casa do Infante, no Porto, vai reunir esta terça-feira, dia 18 de fevereiro (9h00), um conjunto de investigadores e individualidades, para a apresentação de um projeto exploratório que tem por objetivo estudar a adequação dos espaços urbanos à mobilidade da população idosa.

Desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) / FCTUC, este estudo incidiu sobre áreas problemáticas para a mobilidade pedonal do idoso (como são as zonas históricas) e teve como base dois casos de estudo: uma área selecionada do Centro Histórico da Cidade do Porto e uma outra área da Alta de Coimbra.

Estes estudos,  designados por MOBI-AGE, surgem numa em que os centros urbanos concentram boa parte da população envelhecida nas cidades, que também habitam os edifícios mais antigos. Por definição e na maioria desses centros urbanos, essas áreas são também onde se localizam os monumentos históricos e outros fatores de atração turística.

O turismo sénior também é uma consequência do envelhecimento geral da população e tem vindo a aumentar. Esse panorama faz com que os centros urbanos, especialmente os históricos, sejam locais onde se concentra um número maior de idosos, residentes e visitantes, em comparação com outras zonas da cidade.

Foi também observado que nem o espaço público urbano nem o sistema de transporte são adequados, com condições ótimas, às necessidades de mobilidade desses grupos.

Ouvir as populações

Através do projeto MOBI-AGE, pretende-se então identificar necessidades e falhas no domínio da mobilidade dos idosos na cidade. Mas não só. Para além do trabalho documental, o objetivo passa também por criar inovação social, através da realização de sessões participativas e dinâmicas de colaboração com a população, avaliando mais precisamente quais são suas necessidades e aspirações.

A partir deste trabalho de campo e partindo de uma metodologia para o diagnóstico e classificação de espaços históricos centrais – sobretudo os que são alvo de operações de reabilitação urbana – será possível desenvolver plataformas de informação interativas, voltadas para utilizadores finais do espaço (não apenas para os visitantes, mas também para os residentes), o que lhes permitirá encontrar soluções para suas necessidades de deslocação com maior facilidade.

O objetivo final do MOBI-AGE é a criação de um “índice de mobilidade”. A ideia passa por converter a informação obtida em informação cartográfica categorizada ou converter numa app (que se pode descarregar nos tablets, nos telemóveis, etc.), dando a conhecer os melhores percursos pedonais para os idosos residentes ou visitantes das áreas de estudo em causa.

Ao informar os idosos e as instituições sobre quais os percursos mais “amigáveis” para andar a pé, os investigadores esperam então contribuir para o seu envelhecimento ativo e saudável, estimulando a atividade física associada às suas rotinas diárias, as suas deslocações aos postos de correios, farmácias, comércio local, centros de dia, agências bancárias, jardins, cafés, etc.

A FEUP, através do CITTA, já antes se havia associado à causa “cidade e envelhecimento” ao integrar o consórcio Porto4Ageing que reunindo mais de 90 organizações, a maioria estabelecida na Área Metropolitana do Porto, na Região Norte de Portugal tem como principal missão promover a convergência local e melhorar o ecossistema de inovação em saúde, reduzindo e superando os estrangulamentos existentes.