As potencialidades da impressão 3D de alimentos (aproveitando os nutrientes e tornando-os mais apetecíveis para o ser humano), o recurso a análises de saliva para o diagnóstico de doenças ou as mudanças do solo em Chernobyl e o impacto no ambiente foram alguns dos projetos de investigação apresentados no IJUP 2018 – Encontro de Investigação Jovem da Universidade do Porto. A iniciativa, realizada no Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da U.Porto, contou com a participação de mais de 850 jovens, responsáveis por mais de 415 projetos científicos nos campos da saúde, arquitetura, desporto, artes, psicologia, literatura, engenharia, entre muitas outras.
Ciências da Saúde, Ciências Biológicas, Química, Engenharia e Ciências do Desporto foram as cinco áreas mais estudados na edição deste ano do IJUP . Entre os estudos apresentados, destacam-se também uma investigação sobre a relação entre a toma de medicamentos a horas diferentes e os respetivos efeitos, outra sobre o recurso a flavonóides para substituir a aplicação de fármacos prescritos para o tratamento da Diabetes do tipo 2.
No IJUP’18 foram também apresentados estudos sobre novas estratégias terapêuticas para o tratamento ao cancro da mama, a influência da dança e da música na atividade física das crianças no período escolar e a relação entre a obsedidade e os elementos poluentes do ambiente.
Os projetos, desenvolvidos no âmbito de teses de mestrado, estágios curriculares ou projetos de investigação curriculares ou extracurriculares, foram apresentados, ao longo de três dias – 7, 8 e 9 de fevereiro – pelos respetivos autores, sob avaliação de um júri composto por especialistas de todas as áreas do conhecimento. No total, o IJUP 2018 contou com 251 apresentações orais e 164 apresentações em poster, num registo que cumpre todos os requisitos de um congresso científico, constituído por 44 sessões paralelas organizadas por áreas científicas, compostas pelas apresentações – 10 minutos cada – e discussão e debate dos projetos de investigação.
“As instituições do ensino superior de qualidade devem ser capazes não só de procurar o conhecimento básico e fundamental como, também, de o colocar ao serviço da sociedade através por exemplo do desenvolvimento de tecnologia associada. O IJUP cumpre precisamente esse propósito e ajuda a desenvolver, desde cedo, competências que estão para lá da formação académica dos estudantes”, comenta Maria João Ramos, Vice-Reitora para a Investigação e Desenvolvimento da Universidade do Porto.
A responsável acrescenta ainda que “esta iniciativa representa, para muitos jovens, a oportunidade de revelarem publicamente os resultados dos seus projetos, de treinarem a apresentação de comunicações científicas, de discutirem questões epistemológicas e metodológicas, de potenciarem novas investigações nas suas áreas de estudo e de partilharem conhecimento numa lógica interdisciplinar“.
Organizado desde 2007, o IJUP é uma iniciativa única em Portugal. Só nos últimos cinco anos, contou com a participação de mais de 4150 estudantes nacionais e internacionais de licenciatura e mestrado da U.Porto.
Patrocinado pelo Santander Universidades, o IJUP’18 foi organizado pela Vice-Reitoria da Investigação e Desenvolvimento da U.Porto, em conjunto com uma comissão científica composta por professores e investigadores das catorze faculdades da U.Porto e dos centros de investigação, nomeadamente REQUIMTE, CIIMAR e i3S (IBMC; INEB; IPATIMUP).