“Escrevam o que vos vai na alma!”. Foi assim, com um post – em jeito de desafio – nas redes sociais que Gustavo Carona, médico e voluntário dos Médicos Sem Fronteiras, decidiu assinalar, em abril passado, a partida para mais uma missão humanitária, em Mossul, cidade iraquiana que esteve até muito recentemente sob o jugo do Daesh. Ao apelo responderam cerca de 250 mensagens “que pretendem dar voz a quem quer dar esperança”. Destas resultaram por sua vez as “1001 Cartas para Mossul” que o antigo estudante da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) levou até ao Iraque entre maio e meados de julho, e que vai apresentar na próxima quinta-feira, dia 20 de julho, na Reitoria da U.Porto.
Depois de seis missões em alguns dos cenários mais complexos da atualidade e que o levaram a “reflexões constantes sobre o que fazer para aproximar os mundos”, foi na véspera de partir para mais uma missão que Gustavo decidiu levar consigo “todos os que acreditam que vale a pena lutar por um mundo melhor”. O resultado é uma obra escrita a várias vozes, onde não faltam “mensagens de uma grande profundidade emotiva que agitaram, provocaram e inquietaram quem as escreveu. Fala-se de sonhos, de perdão, de esperança, de impotência, de gratidão, de distância e aproximação, e, acima de tudo, de humanidade e amor”.
O livro encontra-se editado em português, inglês e árabe. A totalidade dos lucros obtidos com a venda da obra reverterá a favor dos MSF (Médicos Sem Fronteiras) e da PAR (Plataforma de Apoio aos Refugiados).
Com entrada livre, a sessão tem início às 21h00, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto. A apresentação da obra será feita por Domingos Andrade, Diretor Executivo do Jornal de Notícias.
Para além do autor e do apresentador do livro, estarão presentes Rui Marques, responsável pela PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados e autor de um dos prefácios do livro, e os professores Carlos Brito e Fontes de Carvalho, em representação da equipa reitoral da U.Porto.
Sobre Gustavo Carona
Licenciado em Medicina pela FMUP (2004), com especialidade de Anestesiologia e Sub-Especialidade de Cuidados Intensivos, Gustavo Carona abraçou desde cedo o voluntariado. Pelos Médicos do Mundo em 2009 fez a sua primeira missão humanitária em Moçambique. Chegou depois aos Médicos Sem Fronteiras, pelos quais já trabalhou em seis missões humanitárias, todas em cenários de guerra e catástrofe humanitária: República Democrática Congo (2009 e 2016), Paquistão (2011), Afeganistão (2012), Síria (2013) e Iraque (2017). Em 2015, foi homenageado pela U.Porto durante a primeira edição da Gala da Inovação da Universidade do Porto.