O trabalho que conduziu à deteção direta do espetro da luz refletida pela atmosfera do exoplaneta 51 Pegasi b, feita por uma equipa internacional liderada por Jorge Martins, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e estudante do programa de doutoramento em Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), figura na lista das 10 maiores descobertas de 2015 da revista Physics World e foi galardoado com o Prémio Internacional Gago Coutinho 2015.
Atualmente a desenvolver a sua tese no ESO – Observatório Europeu do Sul (Santiago, Chile), Jorge Martins foi distinguido juntamente com Nuno Santos e Pedro Figueira (IA e Universidade do Porto), e Cláudio Melo (ESO). “É uma grande honra para nós ver a nossa investigação galardoada com o prémio Gago Coutinho, bem como figurar no Top Ten Physics Breakthroughs of 2015 da Physics World”, destaca o estudante e investigador da U.Porto.
O trabalho premiado resultou da aplicação de uma técnica inovadora de observação que permitiu aos investigadores descobrir que o 51 Pegasi b é um planeta um pouco maior do que Júpiter, com cerca de metade da sua massa, e cuja órbita apresenta uma inclinação de 81.º. Para Jorge Martins, “a deteção do espetro da luz refletida pela atmosfera de um exoplaneta é um enorme passo para a caracterização dos exoplanetas, em particular das suas atmosferas.” Os resultados desta investigação foram publicados em abril passado, na revista Astronomy & Astrophysics.
O prémio Gago Coutinho é atribuído a cada dois anos pela Sociedade de Geografia de Lisboa. Esta sociedade, fundada em 1875, completa este ano 140 anos de existência.
O prémio, com um valor monetário de três mil euros, destina-se a galardoar trabalhos originais de investigação no âmbito das Ciências da Terra e do Espaço, que contribuam para o avanço do conhecimento nessa área científica.
Sobre o IA
O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço é (IA) é uma estrutura de investigação criada em 2014, em resultado da fusão entre as duas unidades de investigação mais proeminentes no campo em Portugal: o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL). Atualmente, engloba mais de dois terços de todos os investigadores ativos em Ciências Espaciais em Portugal, e é responsável por uma fração ainda maior da produtividade nacional em revistas internacionais ISI na área de Ciências Espaciais.