O Ministério da Saúde distinguiu o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto com a Medalha de Serviços Distintos grau “Ouro”. O galardão foi entregue pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, durante a sessão comemorativa dos 40 anos do instituto, que decorreu no dia 10 de abril, sexta-feira.
Na base da decisão do Governo está “a contribuição dada [pelo ICBAS] no ensino e formação de médicos e os resultados atingidos no âmbito da investigação científica”. Para além do papel da escola na “história da Medicina na Universidade do Porto”, a proposta elaborada pelo Ministério da Saúde destaca o trabalho realizado pela escola “em estreita colaboração com estruturas associadas como o Centro Hospital do Porto”, mas também “com importantes instituições de investigação associadas da Universidade do Porto”. Um trabalho onde cabe também “a oferta de serviços especializados à comunidade” e os resultados produzidos por “investigadores de renome internacional, que desenvolvem um trabalho significativo em múltiplas áreas científicas”.
Criado por iniciativa de um grupo de professores da U.Porto inspirados no pensamento e obra de Abel Salazar, entre os quais se destacavam Corino de Andrade, Nuno Grande e o reitor Ruy Luís Gomes, o ICBAS assumiu-se, desde as origens, como uma escola multidisciplinar e multiprofissional na área das Ciências da Vida. Ao apostar numa formação abrangente em áreas como a Medicina, a Veterinária, a Agronomia e a Biologia, mas também na cooperação com diferentes instituições da cidade – designadamente o Hospital Geral de Santo António -, o ICBAS introduziu uma série de princípios inovadores que acompanhariam a vida da escola até hoje, fazendo jus à máxima que constitui o lema da escola: “um médico que só sabe Medicina nem Medicina sabe”.
O ICBAS entrou em funcionamento a partir de 1976/77, com as licenciaturas em Medicina e Ciências do Meio Aquático. De então para cá, a escola foi alargando o seu leque de formações (Medicina Veterinária, Bioquímica e Bioengenharia) e de serviços abertos à comunidade, sendo hoje frequentada por uma comunidade de cerca de 3000 estudantes e mais de 250 docentes.
Durante mais de 30 anos, o ICBAS funcionou no edifício que pertencera à Faculdade de Medicina, no Largo da Escola Médica (atual Largo Abel Salazar). Em 2012, o instituto mudou-se para o complexo construído nas traseiras do antigo quartel CICAP da rua D. Manuel II, o qual partilha com a Faculdade de Farmácia.
As comemorações dos 40 anos do ICBAS vão prolongar-se até final do ano com um conjunto alargado de eventos e iniciativas que vão procurar envolver toda comunidade, com o objetivo de sublinhar a importância do ensino e investigação das ciências da Vida.