Com apenas 23 anos, Cátia Carvalho decidiu arriscar tudo pelo sonho de uma vida. Um carro de luxo? Frio. Uma viagem para um destino exótico? Mais quente, mas ainda longe da resposta certa. Para a encontrar, é preciso rumar ao improvável campo de refugiados Molé, na República Democrática do Congo. Foi esse o destino escolhido pela finalista do Mestrado Integrado em Psicologia na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto para estudar as condições de vida dos refugiados e lançar as bases para um plano de intervenção junta daquelas populações .

Foi na FPCEUP que Cátia abraçou a ideia que, após dois anos de “luta”, conseguiu levar avante com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACRUN). Já em África, onde permanecerá até início de março, a estudante deixou para trás a família, o namorado, os livros e os pratos de Bacalhau com batatas à espanhola. Um sacrifício que quer compensar com um estudo do qual deverá resultar um retrato inédito dos problemas vividos no campo de refugiados, que será entregue ao ACRUN.

Desta experiência única, Cátia espera também trazer “uma nova área de estudos e uma temática pouco conhecida “para Portugal e para a Universidade do Porto”, onde, confessa,  gostaria de assistir a um maior investimento “em parcerias com centros de investigação de outras universidades, ONG’s e fundações internacionais e assim levar para outros ‘mares’ a produção cientifica cá produzida”.

Idade?

23 anos.

Naturalidade?

Porto.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

A Universidade do Porto é uma instituição centenária e com um longo historial de produção científica nas mais variadas áreas. Para além disso, tem o cunho de alguns dos mais conceituados docentes de Portugal. Estes dois aspetos fazem da U.Porto uma instituição bastante atrativa para qualquer estudante, quer nacional, quer internacional. Paralelamente, e acima de tudo, é um enorme orgulho pertencer à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto e ter tido a possibilidade de ter sido aluna de professores que descendem diretamente da primeira corrente da área do Comportamento Desviante e Justiça em Portugal.

 – De que menos gosta na Universidade do Porto?

Da ausência de proatividade e iniciativa por parte da Universidade em, nesta fase mais delicada para a maior parte
dos estudantes, formar parcerias estratégicas com entidades empregadoras, garantindo assim bons níveis de empregabilidade dos seus estudantes e o contínuo nível atrativo de procura da  instituição para iniciar a vida académica.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

A ideia que aqui deixo vai de encontro ao que já referi anteriormente: penso ser imperativo criar parcerias com empresas e outras entidades para, assim, conseguir-se criar emprego para os estudantes e, desta forma garantir o bom nome da Universidade do Porto e a consequente procura cada vez maior da instituição para estudar e aprender.

– Como prefere passar os tempos livres?

Eu gosto muito de ler; de conversar sobre assuntos de política, história, cultura geral, direitos humanos; ouvir música; fazer ioga; estar com os meus amigos e namorado; e sobretudo gosto de estar sempre a aprender sobre tudo um pouco.

– Um livro preferido?

“Os Maias”, de Eça de Queiroz, o meu escritor preferido.

– Um músico / disco preferido?

Tenho dois músicos preferidos: Fernando Ribeiro, dos Moonspell, e Kurt Cobain, dos Nirvana. Quanto aos discos preferidos, é difícil nomear um, por isso, vou deixar dois: Irreligious e Night Eternal, ambos dos Moonspell.

– Um prato preferido?

Bacalhau com batatas à espanhola.

– Um filme preferido?

“Inglorious Bastards”, de Quentin Tarantino.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Visitar o Camboja.

 – Um objetivo de vida?

Ser feliz. Quero ser feliz e fazer os outros felizes.

 – Uma inspiração?

São duas: Jesus e Nelson Mandela. Ambos moveram mundos com o poder da palavra e sem atos bélicos.

– Uma ideia para promover a investigação da U.Porto a nível internacional? 

Seria bom que se investisse em parcerias com centros de investigação de outras universidades, ONG’s e fundações internacionais e assim levar para outros “mares” a produção cientifica cá produzida.