O início de 2024 não poderia ter sido mais promissor para Estela Rocha Oliveira. Vencedora do Prémio da Fundação Ernesto Morais no valor de 15 mil euros, a estudante do 5.º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) aceitou também o desafio de presidir à edição deste ano do YES (Young European Scientist) Meeting, a histórica conferência internacional organizada pelos futuros médicos da FMUP. A sua meta é, uma vez mais, a excelência.

Estela Rocha Oliveira está determinada em ser “uma médica competente”, em fazer “investigação de elevada qualidade” e em “ter impacto na vida dos doentes”. Na investigação, juntou-se já a uma equipa de cientistas da FMUP na área cardiovascular.

Os resultados do seu trabalho “O papel do ácido hialurónico na fisiopatologia e progressão da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada”, orientado por Francisco Vasques-Nóvoa e recentemente premiado, poderão contribuir para a utilização desta substância como um biomarcador de edema cardíaco e mesmo como um novo alvo terapêutico.

Já a organização do YES Meeting será mais um desafio que a estudante abraça com ambição. “Com uma vontade de chegar mais longe ano após ano, na 19ª edição deste projeto espero trazer, uma vez mais, a mais atualizada evidência científica, apresentada por cientistas de elevado renome nacional e internacional”, projeta.

Mas Estela Rocha Oliveira tem “a cabeça no lugar” e dá “um passo de cada vez”. Para já, quer, humildemente, aprender com os melhores, seguir o exemplo dos seus mestres e trabalhar afincadamente para concretizar os seus sonhos.

Naturalidade: Penafiel

Idade: 22 anos

Do que mais gosta na Universidade do Porto?

Das pessoas e do objetivo que partilham de oferecer um ensino de excelência. Gosto também da crescente tentativa de ultrapassar a individualidade de cada Unidade Orgânica que integra a Universidade do Porto e da facilidade com que se criam novas colaborações.

Do que menos gosta na Universidade do Porto?

Da dificuldade em conciliar a atividade de investigação e docência com a carreira médica. A ausência de uma carreira específica, de tempo protegido para investigação e a sobrecarga de trabalho assistencial são problemas que presencio diariamente na unidade que integro e que infelizmente prevejo que me afetem também no curto prazo.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Reforçar a interligação entre as diferentes Unidades da U. Porto. Acredito que o processo colaborativo seja fundamental para o seu progresso, não só em termos metodológicos de ensino como também em termos científicos.

Como prefere passar os tempos livres?

Dou prioridade a estar com a minha família e com os meus amigos. Sempre que posso também gosto de ver um bom filme, ler um bom livro ou ir a um concerto.

Um livro preferido?

“Mataram a Cotovia”, de Harper Lee.

Um disco/músico preferido?

O meu estilo de música preferido é o rock alternativo. É difícil restringir-me a uma só banda. Algumas das minhas bandas favoritas são Radiohead, Blur, PJ Harvey e Pixies.

Um prato preferido?

Arroz de marisco.

Um filme preferido?

“O Silêncio dos Inocentes”.

Uma viagem de sonho?

Tóquio, a realizar no futuro.

–  Um objetivo de vida?

Procura contínua pela excelência, tendo sempre presentes valores como o foco, determinação e espírito crítico em todas as minhas atividades.

–  Uma inspiração?

Acredito que fui adquirindo traços e qualidades das múltiplas pessoas com quem tive o privilégio de privar ao longo da minha vida. Tive a felicidade de encontrar vários exemplos a seguir, particularmente na Universidade do Porto.

– O projeto da sua vida?

Estou determinada em tornar-me uma médica competente e a realizar investigação de elevada qualidade e com impacto para os doentes.

Que marca quer deixar no “YES Meeting”?

Acredito que os congressos científicos têm um papel crucial na disseminação do conhecimento e progressão da ciência, ao promoverem um ambiente de partilha e intercâmbio de ideias e projetos entre os demais investigadores. Nesse sentido, o YES Meeting destaca-se por permitir o contacto com esta realidade ainda numa fase pré-graduada do ensino.

Com uma vontade de chegar mais longe ano após ano, na 19ª edição deste projeto espero trazer, uma vez mais, a mais atualizada evidência científica, apresentada por cientistas de elevado renome nacional e internacional.