“Foi o desejo de poder contribuir para uma melhor compreensão dos objetos celestes e do Universo em geral” que despertaram, desde muito cedo, a paixão de Bernard Nsamba pela astronomia/astrofísica. E foi essa mesma paixão que, em 2015, levou este físico especializado no estudo das estrelas a trocar o Uganda pelo Porto, para ingressar no PhD::SPACE, uma rede de doutoramento do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), com a participação da Universidade do Porto e da Universidade de Lisboa.

Quatro anos depois, o balanço não podia ser melhor. Durante o doutoramento, Benard destacou-se pelas suas contribuições para a compreensão de interiores estelares, contribuições essas que podem ser aplicadas na caracterização de precisão das estrelas com exoplanetas e dos seus sistemas planetários. Um trabalho que valeu ao investigador a conquista de uma bolsa da Fundação Alexander von Humboldt – no valor de 100 mil euros – que lhe permitirá prosseguir os seus estudos no prestigiado Instituto Max Planck para a Astrofísica (MPA), na Alemanha.

Prestes a despedir-se da U.Porto, Benard leva a recordação de “uma Universidade centrada no aluno, que proporciona um ambiente académico focado em assegurar o sucesso de estudantes com formações diferentes”. E não hesita em partilhar os “louros” com os professores com quem trabalhou (Tiago Campante e Mário João Monteiro). “Eles criaram um excelente relacionamento comigo e parte do meu sucesso tem de lhes ser atribuído”.

A Alemanha é então o próximo destino no “caminho estelar “de Benard Nsamba. Licenciado em Física e Matemática (2012) e mestre em Física (2015) pela Universidade Mbarara de Ciência e Tecnologia (MUST), no Uganda, o investigador conta ainda com passagens pelo Instituto Max Planck para a investigação do Sistema Solar (MPS), em Göttingen (Alemanha), pelo Centro Interuniversitário para a Astronomia e Astrofísica (IUCAA), em Pune (Índia) e pelo Observatório Astronómico da África do Sul (SAAO), na cidade do Cabo. Por cumprir está ainda o último destino: “Gostava de fundar o primeiro centro de astrofísica no Uganda”.

Benard leva do Porto a recordação de “uma Universidade centrada no aluno, que proporciona um ambiente académico focado em assegurar o sucesso de estudantes com formações diferentes”.

Naturalidade? Kampala, Uganda

Idade? 30 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

A Universidade do Porto é uma Universidade centrada no aluno, que proporciona um ambiente académico focado em assegurar o sucesso de estudantes com formações diferentes. Tendo em conta a minha experiência com os professores com que trabalhei (Tiago Campante e Mário João Monteiro), eles criaram um excelente relacionamento comigo e parte do meu sucesso tem de lhes ser atribuído.

– Como prefere passar os tempos livres?

Passo os meus tempos livres a ver filmes, a passear na praia, a fazer caminhadas. Mais recentemente, graças ao Centro de Desporto da U.Porto (CDUP-U.Porto), comecei a fazer natação.

– Um livro preferido?

Não tenho um livro favorito, mas gosto de ler livros que mudam a nossa vida, como “How to win friends and Influence people” de Dale Carnegie, “The Quiet leader”, de David Rock ou “Mindset”, de Carol Dweck.

– Um disco/músico preferido?

Também não tenho um único músico favorito, mas gosto de música country, de artistas como Don Williams, Kenny Rogers ou Tim McGraw. Aparentemente, tenho uma “alma antiga” 🙂 Também gosto de canções de amor clássicas de Soul ou R&B. Aí a minha escolha depende do meu estado de espírito na altura.

– Um prato preferido?

O meu prato favorito é do Uganda, uma receita local de um guisado, composto por Matooke, Pilau e amendoim, misturado com peixe seco.

– Um filme preferido?

“Jumanji: Bem-Vindos à Selva” (2019), com Dwayne Johnson, e “Novos Amigos Improváveis” (2019), com Bryan Cranston e Kevin Hart

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Gostava de visitar a ilha Maurícia.

– Um objetivo de vida?

Gostava de fundar o primeiro centro de astrofísica no Uganda.

– Uma inspiração?

Sou muito inspirado pelos meus orientadores, Tiago Campante e Mário João Monteiro.

– Quais são as expectativas acerca de ir trabalhar para o Instituto Max Planck para a Astrofísica (MPA)?

O Instituto Max Planck para a Astrofísica (MPA), em Garching, é um dos melhores institutos de investigação no mundo. O meu projeto de investigação para os próximos dois anos propõe explorar a física estelar das estrelas da sequência principal. Eu acredito que os recursos e especialidades no MPA vão permitir a concretização dos objetivos do projeto no prazo previsto. Também espero expandir a minha rede de colaborações científicas durante a minha estadia lá.