João Luís Fernandes, licenciado em História da Arte (2017) e Mestre em História da Arte, Património e Cultura Visual (2020) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), é o vencedor do Prémio de Melhor Dissertação de Mestrado 2020/21, atribuído no âmbito dos Prémios APHA / Millennium José-Augusto França 2020/21.

Na dissertação premiada, intitulada A Procissão de Cinzas da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Porto – da fundação da Ordem a 1905, João Luís Fernandes aborda a diacronia da Procissão de Cinzas em contraponto com o contexto social, religioso e artístico da cidade. Para tal, baseou-se em documentação inédita do Arquivo Histórico da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Porto, onde desempenhou funções.

A partir deste trabalho de investigação foi então possível enaltecer as características festivas da Procissão, reveladoras de práticas populares e profanas que contrastavam com a solenidade processional. À sua análise iconológica, João Luís Fernandes junta ainda a das circunstâncias socioculturais da Ordem Terceira portuense e dos seus círculos de influência, que gravitavam em torno da organização de um dos mais relevantes eventos religiosos da cidade do Porto.

A dissertação foi desenvolvida sob a orientação dos docentes Ana Cristina Sousa e Hugo Barreira. “O Prémio é ainda mais especial por ser partilhado com os Professores e por ser fruto de todas as reflexões, debates e aprendizagens desde o primeiro dia da Licenciatura!”, destaca o agora mestre da FLUP.

Natural do Porto, João Luís Fernandes (1995) é atualmente o responsável pelo Solar Condes de Resende, equipamento cultural da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

Sobre o prémio

Promovidos pela APHA – Associação Portuguesa de Historiadores da Arte, os Prémios APHA/Millennium José-Augusto França 2020/21, iniciativa visam distinguir trabalhos de excelência no domínio da História da Arte, realizados no âmbito dos 2.º e 3.º ciclos de estudo do Ensino Superior, através do patrocínio da publicação das mesmas.

Inserida no espírito estatutário de cada uma das instituições promotoras, a iniciativa o galardão preta também homenagem a José-Augusto França, professor catedrático jubilado da Universidade Nova de Lisboa, historiador e crítico de arte, e um dos nomes que mais contribuíram para a renovação e afirmação do campo disciplinar da História da Arte em Portugal e além-fronteiras.

Segundo a APHA, concorreram à edição deste ano vários trabalhos apresentados nas universidades portuguesas onde a História da Arte está representada, abrangendo uma grande diversidade temática e cronológica.

O júri foi constituído por Pedro Flor (Presidente da Associação Portuguesa de Historiadores da Arte – Universidade Aberta), António Filipe Pimentel (Museu Calouste Gulbenkian), Begoña Alonso Ruiz (Presidente do Comité Español de Historia del Arte (CEHA), Helena Mantas (Santa Casa da Misericórdia), Maria Teresa Desterro (Instituto Politécnico de Tomar).