Beatriz Carreiro Garcia, finalista do Mestrado em Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e cujo trabalho de investigação está a ser desenvolvido no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), foi recentemente distinguida com o «Innovate Poster Award», na categoria de Investigação Básica, atribuído pela Fundação AstraZeneca. O galardão reconhece o trabalho apresentado pela jovem cientista na iMed conference® 11.0, que decorreu em Lisboa.

O «Innovate Poster Award» consiste numa bolsa de investigação no valor de 1000 euros e tem como objetivo ajudar o vencedor a continuar o seu projeto de investigação. O trabalho de Beatriz Garcia, denominado «Anti-apoptotic Mcl-1 protein expression and localization is regulated by alternative 3’UTRs», foi desenvolvido no âmbito de um projeto coordenado pelas investigadoras Isabel Pereira-Castro e Alexandra Moreira, do grupo Gene Regulation, do i3S.

O trabalho premiado incide sobre o estudo da proteína Mcl-1, que tem uma função anti-apoptótica. Ou seja, impede que a célula seja reconhecida como uma «célula danificada». Esta proteína, sabe-se, encontra-se sobre-expressa em diferentes tipos de cancro, estando associada a mecanismos de resistência a drogas utilizadas em terapias anticancerígenas.

“Uma surpresa muito gratificante”

“Nós descobrimos que o gene MCL1 origina dois mRNAs que apenas diferem no comprimento da sua região 3’ não codificante, expressando a mesma proteína anti-apoptótica Mcl-1″, explica Beatriz Garcia. “O nosso trabalho”, continua a investigadora, “focou-se em perceber qual a influência destes dois mRNAs no funcionamento normal das células”.

O grupo que Beatriz Carreiro Garcia integra descobriu que “ambos os mRNAs contribuem para a função anti-apoptótica da proteína Mcl-1, mas desempenham funções diferentes na regulação da expressão e na localização subcelular da proteína e, portanto, podem ter um impacto diferencial na apoptose das células. Tendo em conta que já existem ensaios clínicos baseados na inibição da proteína Mcl-1, o estudo dos mecanismos de regulação do gene vai permitir perceber melhor a sua função”.

Para a jovem investigadora do i3S, a conquista deste prémio «foi uma surpresa muito gratificante. Gostaria de agradecer à Fundação AstraZeneca pelo reconhecimento e às minhas orientadoras por me proporcionarem a oportunidade de participar na competição e por todo o apoio”.