Imagine a prótese de um braço ou uma perna com conexão direta ao sistema nervoso humano, permitindo ao membro robótico executar movimentos comandados cérebro. É um avanço tecnológico que iria ajudar pessoas com membros amputados ou paralisia a recuperar as suas funções motoras e sensoriais, e é o foco de um novo projeto europeu – designado NerveRepack – que conta com a contribuição do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial.

O projeto tem como objetivo desenvolver uma nova geração de elétrodos bidirecionais implantáveis para conexão do sistema nervoso humano com dispositivos mecatrónicos externos, como exoesqueletos e exopróteses. Uma aposta que promete abrir novas possibilidades para aqueles que enfrentam desafios físicos.

Joana Machado, responsável pelo projeto no INEGI, explica que a equipa do Instituto vai “contribuir no desenvolvimento de mecatrónica”. Mais concretamente, serão desenvolvidos blocos atuadores, que, como explica a responsável, “são conjuntos de micromotores responsáveis pelo movimento das próteses”.

Está previsto o projeto, prototipagem e teste de três dispositivos demonstradores, destinados a diferentes categorias de paciente: com amputação de antebraço, com paralisia dos dois membros inferiores e com paralisia de uma perna. Um avanço importante para tornar esta tecnologia mais robusta, e acelerar a criação e comercialização de próteses que melhor simulem o membro real.

O projeto NerveRepack – Intelligent neural system for bidirectional connection with exoprostheses and exoskeletons é cofinanciado pelo Horizonte Europa, programa-quadro de financiamento em I&I 2021-2027 da União Europeia, e pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia.