Facilitar o acesso generalizado a dados médicos anónimos com vista ao desenvolvimento de ferramentas para auxílio nos cuidados de saúde preventivos e na tomada de decisões clínicas. É este o principal objetivo do novo projeto europeu PHASE IV AI (Privacy Compliant Health Data As A Service For AI Development), coordenado por Hélder Oliveira, docente do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador no INESC TEC. O projeto pretende ter aplicabilidade em doenças de alto impacto, principalmente em alguns tipos de cancro.
Com um orçamento de 8.5 milhões de euros e duração de três anos, o PHASE IV AI pretende que, em 2026, investigadores, empreendedores, e industriais europeus na área da saúde, tenham acesso a dados compatíveis com a privacidade e à computação como serviço de alta qualidade. Pretende-se assim facilitar a diminuição do tempo de colocação no mercado da inovação baseada em dados, aumentando assim a sua competitividade.
A inteligência artificial (IA) tem sido uma ferramenta essencial na área da saúde. Contudo, o processamento de grandes quantidades de dados, como relatórios clínicos e imagens médicas, de forma rápida e detalhada, embora promissor, enfrenta algumas barreiras. Por um lado, a questão de armazenamento e distribuição dos dados, e, por outro, a anonimização desses dados, que por si só permitiria a criação de instrumentos mais abrangentes e eficazes.
“O PHASE IV AI tem como objetivo inovar os atuais métodos de síntese de dados, tentando caminhar em direção a uma abordagem mais generalizada de geração de dados sintéticos para a área médica, incluindo o desenho de novas métricas para avaliar a qualidade de dados gerados”, explica Hélder Oliveira, que é coordenador científico deste projeto.
De acordo com uma notícia publicada na página do INESC TEC, a participação do instituto no projeto foca-se em duas áreas distintas, juntando assim as competências de dois centros de investigação da instituição – o de telecomunicações e multimédia e o de computação centrada no Humano e Ciência da Informação.
Por um lado, os investigadores ligados à área de telecomunicações e multimédia vão dedicar-se, principalmente, aos algoritmos de IA para geração de dados artificiais. Já os investigadores que atuam na área de Computação Centrada no Humano e Ciência da Informação, vão focar-se no desenvolvimento de tecnologias de software, que permitirão o acesso a dados com preservação de privacidade através computação distribuída.