Formado por 14 entidades público-privadas, cinco universidades, cinco centros de investigação, entre os quais o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), e quatro empresas da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal, o Instituto de Biofabricação em Rede para o Envelhecimento Saudável (IBEROS+) foi recentemente financiado com 2,2 milhões de euros pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal e co-financiado pelo FEDER.

Até 2026, este consórcio ibérico, constituído por mais de 150 investigadores, tem como principal objetivo melhorar a saúde e a qualidade de vida da população destas regiões e da União Europeia, com especial incidência nas doenças associadas ao envelhecimento.

Sob a coordenação da Universidade de Vigo, as 14 entidades vão trabalhar em rede para consolidar competências de excelência na área da biofabricação, orientadas para a engenharia de órgãos e tecidos e para a medicina personalizada.

Ao mesmo tempo, os especialistas pretendem encontrar soluções para a escassez de doações de órgãos e tecidos, desenvolver medicamentos de baixo custo, reduzir os ensaios em animais e avançar no modelo de medicina personalizada, utilizando tecidos e organóides biofabricados a partir das células do próprio paciente.

Este polo de excelência transfronteiriço aposta numa rede colaborativa e na transferência de resultados para o mercado. Com esse objetivo em vista, pretende recrutar 13 investigadores, publicar mais de 20 artigos científicos em colaboração, submeter, pelo menos, o pedido de três patentes, estabelecer dezenas de contactos com empresas do sector e desenvolver três contratos de I&D com empresas, bem como um acordo de licenciamento.

No i3S, o grupo «Biofabricação», liderado por Pedro Granja, vai receber uma verba de quase 100 mil euros, o que lhe permitirá contratar um investigador júnior para completar a equipa constituída por cerca de 15 investigadores e estudantes. O grupo de cientistas portugueses vai contribuir com tecnologias de engenharia do estômago, da pele e do disco intervertebral.

(Foto: i3S)

Colaboração entre centros de conhecimento e empresas

Uma das novidades deste projeto é a incorporação de empresas. Da Galiza, juntaram-se ao consórcio a BFlow, que desenvolve dispositivos microfluídicos capazes de imitar o comportamento de um órgão em laboratório, a Arbinova que, sob a marca Beta Implants, desenha e fabrica implantes para cirurgia veterinária, e a iBoneLab, especializada em testes pré-clínicos de biomateriais em tecidos vivos.

A empresa portuguesa que integra o consórcio é a ILof-Intelligent Lab on Fiber, uma spin-off nascida no INESC TEC e incubada na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), que oferece uma plataforma inteligente para o desenvolvimento de medicamentos personalizados.

As universidades envolvidas são as espanholas de Santiago de Compostela e a de Vigo, e as portuguesas Católica e a do Minho. O consórcio inclui ainda a Fundación Biomédica Galicia Sur, o Instituto de Investigaciones Marinas del CSIC, o Servizo Galego de Saúde, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e o Instituto Superior de Engenharia do Porto.