O Planetário do Porto – Centro Ciência Viva vai comemorar o seu 24.º aniversário no próximo dia 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica e Tecnológica.
É uma noite de festa e, por isso, tinha de haver um bolo com 24 velas para apagar. Vai ser às 20h30, no átrio do Planetário.
Às 21h00, no auditório, haverá uma conversa com Vitor Bonifácio. O professor do Departamento de Física da Universidade de Aveiro (UA) vai falar-nos sobre “O Universo no tempo de Camões” e dar a conhecer a visão do Universo que os europeus tinham no tempo de Camões e a forma como este conhecimento foi usado nas viagens marítimas.
Às 22h00, na Cúpula, apresenta-se, em antestreia, O Céu dos Lusíadas: Trailer – Sessão Imersiva “O Céu d’Os Lusíadas” – YouTube
A entrada é livre, embora as atividades no auditório e na cúpula estejam limitadas ao número de lugares disponíveis.
Levantar o véu da noite
Através da obra de Luís Vaz de Camões e das efemérides astronómicas que terão marcado a vida do autor, como a passagem do cometa Halley, ou o eclipse do Sol por altura do seu nascimento, O Céu d’Os Lusíadas vai levar-nos numa viagem imersiva, de cerca de 40 minutos, pela epopeia de Vasco da Gama.
É uma verdadeira Sessão fulldome sobre os acontecimentos celestes no tempo da escrita da obra Os Lusíadas, acrescentando alguns pormenores sobre a vida do autor e incluindo alguns trechos dos cantos. Ele e o narrador (voz off) levam o público através dos diversos acontecimentos, alternando visualmente, ora entre animação 3D/2D, ora entre simulação do espaço no Sistema Integrado da cúpula Planetário.
Ao longo desta viagem, vai ser possível descobrir algumas referências astronómicas que estão presentes na obra.
“Berço” da maior unidade nacional de investigação em astrofísica
O Planetário do Porto iniciou as atividades regulares em 1998, resultado da visão da investigadora Teresa Lago em juntar num único espaço um centro de criação de conhecimento científico com um espaço de disseminação e promoção da cultura científica. O sonho materializou-se com a criação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) em 1989. Com três pilares fundamentais: a investigação científica, a formação, a divulgação e apoio ao ensino, este centro transformou-se na maior unidade nacional de investigação em astrofísica e ciências do espaço.
Com o apoio do Governo Civil do Porto, o CAUP foi a primeira instituição nacional a adquirir um planetário portátil, iniciando em 1990 um programa junto das escolas e autarquias. Mais de 250 mil crianças, de norte a sul do país e também nas ilhas, assistiram a sessões onde lhes foram apresentados, por vezes pela primeira vez, conceitos básicos de astronomia.
No final de 2000 Portugal tornou-se membro de pleno direito do Observatório Europeu do Sul (ESO), a maior organização internacional de astronomia, e da Agência Espacial Europeia (ESA), abrindo assim as portas dos maiores e mais sofisticados observatórios do mundo aos investigadores nacionais.
Desde 2015, com o novo sistema de projeção digital de vídeo imersivo fulldome de 2,5 Kpx, o sistema de áudio imersivo 5.1 e o novo ecrã, o Planetário do Porto ficou equipado com um moderno sistema de projeção fulldome. Dentro da cúpula podemos levantar voo a partir da Terra, pousar na superfície da Lua e de Marte, ver de perto os anéis de Saturno, percorrer as luas de Júpiter, viajar até nebulosas distantes, atravessar a nossa galáxia e observá-la de fora e aproximarmo-nos da fronteira de um buraco negro…
Resultado da fusão das unidades de investigação do CAUP e do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), é criado, em 2015, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).
Nos últimos anos os investigadores do IA/U.Porto publicaram mais de dois milhares de artigos em revistas com revisão científica, permitindo-nos conhecer melhor a origem e evolução do Universo, a formação das galáxias e descobrindo exoplanetas, os planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol.
O IA tem ainda um papel relevante no desenvolvimento de várias missões espaciais da ESA e de instrumentos de ponta para os telescópios do ESO.