Inspirar crianças da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) a seguir uma carreira científica. É o que está a fazer Keila Lima, antiga estudante da Faculdade de Ciências (FCUP) e atual investigadora da Faculdade de Engenharia (FEUP) da Universidade do Porto, no âmbito da iniciativa Cartas com Ciência, um projeto internacional de combate às desigualdades na educação em ciência, destinado a crianças e jovens entre os 11 e os 18 anos.
A investigadora, atualmente a trabalhar no Laboratório de Sistemas e Tecnologias Subaquáticas da FEUP, integra um programa de troca de correspondência com crianças de diferentes países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa — a iniciativa Cartas com Ciência. Os objetivos passam por fomentar a colaboração entre os países da CPLP, promover a literacia científica e inspirar os mais novos a seguir uma carreira científica.
Mestre em Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos pela FCUP, Keila Lima assume que a investigação acabou por aparecer “naturalmente no final do curso”. “Gostei tanto que acabei por ingressar nesta carreira e pretendo partilhar essa minha experiência”, conta a alumna da FCUP.
“Por outro lado, o facto de ter beneficiado de programas específicos para os PALOP, fez com que reconhecesse a importância da existência dos mesmos, o que também fez com que queira contribuir ainda mais para a comunidade”, acrescenta. Keila Lima entrou na FCUP em 2012 ao abrigo de um protocolo existente entre a U.Porto e os PALOP.
Segundo a investigadora, que está a trocar correspondência com uma criança de um dos PALOP, a experiência, que decorre desde o final do ano passado, está a ser muito enriquecedora. “Tem sido um desafio adaptar a forma de comunicar, moldando-o à faixa etária em questão e respondendo às curiosidades que vão aparecendo”, descreve.
De Portugal para o continente africano, Keila escreve Cartas com Ciência sobre o seu trabalho, focado no desenvolvimento de softwares usados em projetos de exploração do oceano.
Entretanto, para quem queira seguir o exemplo de Keila e de outros investigadores lusófonos de todo o mundo, estão já abertas as inscrições para o próximo ano letivo na página do projeto.