O arquiteto e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), José Pedro Sousa, foi selecionado para integrar a ‘High-level roundtable’ da New European Bauhaus, uma iniciativa da Comissão Europeia que tem como missão “aproximar o Pacto Ecológico dos sítios onde vivemos e mobilizar um esforço coletivo para imaginar e construir um futuro sustentável, inclusivo e belo”.

A ‘High-level roundtable’ reúne 18 pensadores e profissionais de, entre outras áreas, arquitetura, urbanismo, design e artes, que atuarão como embaixadores nas suas comunidades para a mobilização de ideias, e funcionarão como caixa de ressonância daquele que a Presidente da Comissão Europeia Ursula van der Leyen, classificou como “um movimento baseado na sustentabilidade, acessibilidade e estética, de forma a aproximar o Pacto Verde Europeu das pessoas”.

Para além de José Pedro Sousa, da FAUP, este grupo de trabalho inclui nomes como os dos arquitetos Shigeru Ban (Prémio Priztker 2014) e Bjarke Ingels (fundador do atelier BIG), ou o artista dinamarquês-islandês Olafur Eliasson, cujo trabalho foi destaque de uma exposição recente no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

“Novas soluções sustentáveis e inclusivas”

A New European Bauhaus deve o nome – e a inspiração – à herança inovadora da escola de artes e arquitetura fundada pelo arquiteto alemão Walter Gropius, na então recém-criada República de Weimar (1919).  “O mote lançado pela New European Bauhaus, de evocar a Bauhaus de Weimar e não esquecer a estética na procura de soluções mais sustentáveis e económicas, é muito certeiro e inspirador”, sublinha José Pedro Sousa.

O movimento compreende três fases que decorrem parcialmente em paralelo. A primeira fase, a decorrer até ao verão de 2021, pretende sistematizar ideias e dar forma ao movimento. Para além do lançamento da ‘High-level roundtable’, serão ainda atribuídos prémios especiais a exemplos contemporâneos de excelência que combinem, de modos diversos, a sustentabilidade, a qualidade das experiências e a inclusão. 

A partir de setembro de 2021 concretiza-se a segunda fase, designada por ‘Realização’ e focada na criação e implementação de projetos-piloto, resultantes de convites à apresentação de propostas. 

Na terceira fase, com início previsto para janeiro de 2023, a tónica será colocada na disseminação das ideias e ações que surgiram, de forma a chegar a um público mais vasto na Europa e no resto do mundo.

Por último, a New European Bauhaus prevê ainda apoiar a emergência de mercados-piloto que possam assegurar modos de vida que sejam não só sustentáveis e inclusivos, mas também caracterizados por uma beleza intrínseca.

A arquitetura, na perspetiva de José Pedro Sousa, tem “uma oportunidade e contributo fundamental nesta missão”. Segundo o arquiteto e docente da FAUP, “a intervenção dos arquitetos passará tanto pela sensibilização das comunidades, como pela transformação digital dos processos de projeto, construção e monitorização do ambiente construído”.

Sobre José Pedro Sousa

José Pedro Sousa é licenciado pela FAUP e doutor em Arquitetura pelo IST-UTL (Lisboa). No âmbito da sua investigação, foi Special Student no MIT (Cambridge, MA) e Visiting Scholar na UPenn (Philadelphia, PA).

É, desde 2009, Professor Auxiliar na FAUP, onde leciona cursos relacionados com geometria e tecnologias digitais. Na faculdade, fundou e dirige o  Laboratório de Fabricação Digita (DFL), grupo de investigação do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU-FAUP) dedicado a explorar o impacto de tecnologias como o desenho computacional, fabricação digital, manufacturação aditiva, robótica ou realidade estendida no pensamento e na prática do projeto em arquitetura.

Entre outras realizações, foi investigador principal de um projeto de investigação FCT sobre tecnologias robóticas na arquitetura e colaborou com importantes empresas nacionais, como a Amorim ou a Mota Engil. Para além da FAUP, foi docente da FCTUC (Coimbra), ESARQ-UIC (Barcelona) e do IAAC (Barcelona).

Nas últimas duas décadas, a sua atividade profissional combinou os domínios do ensino, investigação e prática, explorando as novas oportunidades conceptuais e materiais emergentes da utilização das tecnologias digitais na arquitectura. O trabalho de José Pedro Sousa tem sido regularmente apresentado em conferências e palestrasinternacionais, publicado nas principais publicações científicas internacionais da sua área, e objeto de distinções, como o FEIDAD ‘05, o Prémio Jovem Investigador da UL/CGD na área da arquitectura em 2009, ou o Prémio de Inovação Pedagógica da U.Porto em 2017.

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