Em 2019, Portugal ultrapassou em mais de 50 os pedidos de patente europeia. De um total de 272 pedidos (em 2018 foram 220), pelo menos 17 têm o selo da Universidade do Porto. Os números, que constam do relatório anual do European Patent Office (EPO), reforçam o estatuto da U.Porto – incluindo faculdades e Institutos Associados – como um dos principais motores de inovação em Portugal, e a Universidade que submete mais patentes em território europeu.
Das 17 patentes submetidas, e cujo primeiro titular seja a Universidade do Porto ou um Instituto Associado, seis foram geridas pela U.Porto Inovação – o gabinete de transferência de conhecimento da Universidade do Porto – e são invenções desenvolvidas por investigadores das faculdades da U.Porto.
Repartidas pelas faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP), Farmácia (FFUP) e Medicina (FMUP), estas seis invenções incluem um inovador antioxidante capaz de chegar à mitocôndria das células da pele e, assim, manter as suas propriedades naturais e minimizar os efeitos da oxidação; um hidrogel que torna os eletroencefalogramas mais cómodos para os pacientes; formas de utilizar o bagaço de azeitona na indústria dos cosméticos naturais e suplementos alimentares; e um biomarcador para rastreio pré-natal do síndrome de transfusão feto-fetal, condição que pode surgir em gravidezes de gémeos.
No que toca aos pedidos de patente realizados pelos Institutos Associados da U.Porto, o destaque vai para o INESC TEC. De acordo com o EPO, foram sete as submissões de patente, em áreas como inteligência artificial, tecnologias digitais, tecnologia médica, telecomunicações e tecnologias de medição.
As outras cinco patentes com o selo da U.Porto foram submetidas pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), com quatro pedidos, e pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP), com um pedido.
Do i3S falamos, por exemplo, da tecnologia Cyanocare, um projeto baseado num polímero produzido naturalmente por uma cianobactéria marinha que, devido às suas propriedades naturais, pode ser utilizada em diferentes indústrias.
Por sua vez, o CIIMAR submeteu, junto do EPO, uma invenção destinada à aquacultura. Trata-se de um pacote tecnológico que, baseado num modelo preditivo, permite prever alterações que a temperatura e salinidade provocam no consumo alimentar do peixe de aquacultura. Assim, é possível regular dinamicamente a quantidade de ração disponibilizada de acordo com as necessidades reais dos peixes.
Portugal com novo recorde
Segundo os dados divulgados pelo EPO, em 2018 Portugal tinha submetido 220 pedidos de patente europeia, o que representava um crescimento de 46,7% face ao ano anterior. Em 2019 os números voltaram a subir, tendo sido submetidos 272 patentes europeias a partir de Portugal.
No “top 5” de instituições mais inovadoras destaca-se, pelo terceiro ano consecutivo, o INESC TEC. A liderança é assumida pela empresa Novadelta, com 16 pedidos de patente.
A lista do EPO, no que diz respeito aos países que mais pedidos apresentaram em 2019, é liderada pelos Estados Unidos com mais de 25% dos pedidos. Seguem-se a Alemanha, o Japão e a China. Já no que toca a empresas, a chinesa Huawei surge no topo da tabela com mais de 3500 pedidos de patente, seguida da Samsung e da LG com mais de 2800 pedidos cada.
U.Porto continua a liderar na inovação
O Relatório Anual do Instituto Europeu de Patentes 2019 reflete, assim, o que foi mais um ano de expansão da propriedade intelectual da Universidade do Porto. No ano passado, chegaram à U.Porto Inovação 18 novas comunicações de invenção, provenientes das faculdades de Arquitetura, Ciências, Engenharia, Farmácia, Letras e ICBAS.
Foram ainda submetidos 67 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, Canadá ou China. Graças a estes números a Universidade do Porto alcançou, em 2019, a marca das 700 patentes submetidas tanto a nível nacional como internacional.
De destacar também que, em 2019, foram cinco as patentes da U.Porto concedidas em Portugal e 49 internacionais em países como Europa, Estados Unidos, China ou Japão. Entre elas está a primeira concessão de patente da Universidade do Porto na Coreia do Sul.
Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2019 com 339 patentes e pedidos de patente ativos no seu portfolio.