“Amanhã temos de ser melhores, mas hoje estamos satisfeitos”. As palavras pertencem a Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto, num discurso que marcou o tom das celebrações dos 105 anos da U.Porto, assinalados no passado dia 22 de março, no Salão Nobre da Reitoria, palco da tradicional Sessão Solene do Dia da Universidade.
Traçando um balanço positivo do último ano da Universidade, Feyo de Azevedo destacou a forte procura que a U.Porto continua a ter junto dos estudantes portugueses – refletida no facto de 35 dos 52 cursos de 1º ciclo da U.Porto terem registado as melhores classificações de entrada a nível nacional quando comparados com os cursos congéneres – e o peso que a investigação aqui realizada tem na produção científica nacional, já que mais de 20% dos artigos científicos indexados na Web of Science são provenientes da U.Porto.
Um ano de 2015 que, de acordo com o Reitor, ficou marcado pela concretização de projetos como o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, a 1.ª Feira Internacional do Emprego, a 1.ª Gala de Inovação da Universidade, o Parque da Quinta de Lamas, o E-Learning Café do Botânico ou o Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva.
Com os olhos postos no futuro, o Reitor aproveitou a ocasião festiva para enumerar os próximos desafios que se colocam à U.Porto. Entre eles estarão a inauguração da Galeria de Biodiversidade já este ano e do Museu de História Natural e da Ciência em 2017, a organização do I Congresso da Universidade do Porto em outubro de 2016 e o lançamento de um programa de mais de 30 milhões de euros para o alojamento da FCNAUP, a reabilitação das faculdades de Economia e de Belas Artes e a recuperação do Estádio Universitário.
“Em 2016, vamos continuar empenhados em elevar os níveis de qualidade do nosso ensino, em reforçar a nossa capacidade de atração de talentos, em desenvolver a nossa investigação científica, em fortalecer a nossa notoriedade internacional e em transferir conhecimento com impacto no desenvolvimento socioeconómico do país”, rematou o Reitor da Universidade do Porto.
Perante uma plateia onde não faltaram os líderes das principais instituições da cidade e região, Sebastião Feyo de Azevedo não deixou também de mencionar as dificuldades que atingem as instituições de Ensino Superior em Portugal e avisou: “Não devemos ter ilusões sobre a questão do financiamento. Entre 2010 e 2015, tivemos cerca de 30% de cortes no Orçamento de Estado e, em 2016, o nosso orçamento será igual ao do ano anterior”. O Reitor adiantou ainda que o subfinanciamento do ensino superior persistirá, o que “pode criar barreiras ao investimento e à gestão do património e dos recursos humanos”.
A Sessão Solene do Dia da Universidade contou ainda com as intervenções de Paul Symington, na qualidade de vice-presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto, de Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto, e de João Carlos Ribeiro, enquanto representante na U.Porto da Associação Nacional dos Funcionários das Universidades Portuguesas.
O orador convidado da sessão foi David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação, que proferiu uma palestra sobre “Conhecimento e Riqueza das Nações”.
O Dia da Universidade foi também momento para distinguir estudantes e professores que se notabilizaram ao serviço da U.Porto durante o último ano. Assim, foram entregues os Prémios Incentivo aos melhores alunos do 1.º ano de cada faculdade no ano lectivo 2014/1015, Cidadania Ativa, iniciativa que reconhece os estudantes que se distinguiram pela participação em atividades extracurriculares de solidariedade, empreendedorismo e pedagogia, Excelência Pedagógica, título que distingue as melhores práticas educativas dos docentes da U.Porto, e Emérito, reconhecimento a professores jubilados ou reformados pelos serviços prestados à Universidade.