A semana de 18 a 25 de abril do “Casa Comum Fest“, a decorrer no edifício da Reitoria da Universidade do Porto, vai arrancar com mulheres que fazem barulho, desta vez na Política. Às 18h00 do dia 18 de abril, Ana Gabriela Cabilhas (presidente da Federação Académica do Porto), Carla Miranda e Odete Patrício (deputadas à Assembleia da República, debatem “Como se vêm a si mesmas enquanto mulheres e políticas?” ou “Como perspetivam as dificuldades encontradas e as estratégias possíveis?”. A moderação da sessão ficará a cargo de Rosário Gambôa, também deputada e antiga presidente do Instituto Politécnico do Porto.

De recordar, talvez, que a política é uma área da qual as mulheres estiveram historicamente afastadas. O direito ao voto universal só chegou nas primeiras eleições do pós-25 de Abril, em 1975. Tem sido longo e exigente, o caminho pelo direito à participação, como longa a luta contra as desigualdades e discriminações de género que persistem.

No dia 19 de abril, também às 18h00, temos Conversas Urbanas e o principal tema será “O turismo, e a identidade, a tradição e a gentrificação”. A participar desta conversa organizada pelo jornal Público estará o economista António Figueiredo, a poetisa e escritora Regina Guimarães e o arquiteto Pedro Figueiredo.

Dia 20 de abril, às 21h30, vai-se ouvir Two for Tango | obras de Astor Piazzolla no Auditório da Casa Comum. Em palco estará o grupo formado pelo clarinetista Manuel Lemos e a pianista Sofia Sarmento, por ocasião do centenário de nascimento de um dos mais importantes e influentes compositores latino-americanos do século XX.

O dueto Two for Tango sobe ao palco do Auditório da Casa Comum no dia 20, às 21h30. (Foto: DR)

A celebração do cinquentenário da chegada do Homem à Luz levanta-nos muitas questões sobre novas aspirações e o modo como olhamos o nosso planeta, simultaneamente, berço e casa. Numa sessão a decorrer no Auditório Ruy Luís Gomes, no 4º piso da Reitoria  a 21 de Abril, às 21h30, 50 anos após a quinta visita ao nosso satélite natural, teremos uma conversa sobre os 50 Anos | Missão Tripulada Apollo com os “astronautas” Onofre Varela (ilustrador e autor) e Orlando Frazão (FCUP e INESC-TEC), devidamente assistidos, em “órbita”, por Emílio Remelhe (FBAUP e ESAD).

Ao longo da semana, o Casa Comum Fest vai também associar-se ao Festival Bienal das Alternativas Europeias que celebra o tema “Decolonize, Decarbonize, Democratize”. Numa época marcada pela crise climática, pela desigualdade e pela discriminação dos grupos minoritários, o TRANSEUROPA apela aos cidadãos para que redefinam o espaço que ocupam na sociedade. Composto por conferências, workshops, exposições artísticas, performances, exibições, concertos e debates políticos, o programa procura a “desconstrução de espaços de opressão” e trabalha na “construção de espaços de liberdade e imaginação, para construir alternativas viáveis e de longo prazo”.

Em que é que se traduz? No dia 21 de abril, às 15h00, teremos na Casa Comum a abertura do Festival, com uma “excursão utópica transdisciplinar”. No dia 22 de abril, às 21h30, a Casa Comum acolhe uma conversa sobre Cidade Verde Utópica: Jardins locais, mudança Global.

Ainda no dia 22 de abril, mas às 17h00, no Anfiteatro Ruy Luís Gomes da Reitoria, a vice-reitora Fátima Vieira e o investigador e deputado Alexandre Quintanilha vão debater o Dia na Terra, com a apresentação do Grupo de Missão para o reconhecimento do clima como património comum da humanidade. Oriundo dos mais variados setores da sociedade, este grupo pretende aconselhar nos assuntos que contribuam para obter, junto das Nações Unidas, o reconhecimento do Clima como Património Comum da Humanidade.

O debate sobre o Dia na Terra está marcado para dia 22 de abril, às 17h00. (Foto: DR)

Voltamos ao TRANSEUROPA que, dia 23 de abril, no Salão Nobre do edifício da Reitoria, às 14h00, realiza uma Assembleia Transnacional sobre Justiça Eco Social. Ainda no mesmo dia, um pouco mais tarde, pelas 18h30, no mesmo local, discute-se a Declaração do Porto para a Paz Transnacional. No dia seguinte, a partir das 9h00, é também aqui que se retomam os trabalhos da Assembleia Transnacional sobre Justiça Eco Social. O programa completo pode ser consultado aqui.

Dia 24 de abril, a partir das 13h30, a Galeria da Biodiversidade vai realizar workshops que abordam questões relacionadas com consumo local e verde e também exposições para ver até dia 25 de abril.

Ainda no dia 24 de abril, às 15hoo, na Casa Comum, vai ser lançado o livro A Neve Quente dos Trópicos. O Brasil sem a Família Real, de Renato Janine Ribeiro. Todos sabemos que a Família Real portuguesa embarcou para o Brasil, em novembro de 1807, horas antes de entrarem em Lisboa as tropas francesas. Mas, se não conseguisse embarcar? A história do que poderia ter acontecido é o primeiro romance de Renato Janine Ribeiro, filósofo e antigo Ministro da Educação do Brasil.

Às 17h00, também na Casa Comum, apresentamos  Um Certo Porto de Manuel Cabral, Cônsul Honorário da República Francesa no Porto. O lançamento do livro contará com as intervenções do autor, da Vice-Reitoria Fátima Vieira, de Joel Cleto, de João Pinho, de Alvaro Negrello e de Filipa Leal. No final do evento haverá um Porto de honra.

Teatro e Cinema para celebrar o Dia da Liberdade

No dia 25 de abril, através de um espetáculo da Seiva Trupe, vamos oferecer uma cerimónia muito especial. A peça vai chamar-se Convocam-se os ventres das mulheres de Portugal e será também uma homenagem às “Três Marias” e à importância destas mulheres na sociedade contemporânea. Tentará levar-nos a refletir nas questões feministas debatidas na década de 1970 e na forma como continuam pertinentes e atuais.

O Dia da Liberdade termina com cinema. Às 21h00, passa A Revolução de Maio, de António Lopes Ribeiro,  Assumido filme de propaganda política e apologia de Salazar e do Estado Novo, foi pensado em parceria com António Ferro, responsável então pelo Secretariado da Propaganda Nacional. Integrada no ciclo Memória, Cidadania e Liberdade | Ciclo de Cinema Português., a sessão será comentada por Joana Canas Marques e Pedro Alves.

Resta dizer que todos os eventos inseridos no Casa Comum Fest são de entrada livre e gratuita. O programa completo (em atualização permanente) pode ser consultado aqui.