Foi na passada quinta-feira que se assinalou o ponto alto das comemorações do 197.º aniversário da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Na Aula Magna, a Sessão Solene do Dia da FMUP 2022 contou com a presença de várias personalidades que se reuniram para assinalar o “nascimento” do ensino médico na cidade do Porto. 

Num dia tão importante, em que se assinalava igualmente o Dia Mundial da Saúde, o diretor da FMUP fez um balanço dos quatro anos de mandato que estão prestes a terminar. Altamiro da Costa Pereira confessou “o grato prazer de sentir e ver um dever cumprido”, após um ano “extremamente positivo”, destacando os indicadores que colocam a FMUP como a faculdade da U.Porto que mais cresceu, “fruto do trabalho desenvolvido por uma vasta equipa”. 

O diretor da Faculdade de Medicina destacou a celebração da “alma mater” com todos aqueles que constituem a instituição, “os responsáveis por nutrirem as almas e a mãe do conhecimento – a Universidade”.

Um desafio para o futuro

O Almirante António Silva Ribeiro e Rui Moreira foram outras das personalidades que tomaram a palavra no programa da sessão. O presidente da Câmara do Porto citou o autor John Murray, que visitou a cidade no final do século XIX, mencionando o “avanço na investigação e no ensino na Medicina que se fazia no Porto”.

Rui Moreira aproveitou, desta forma, para afirmar que “quem visita e analisa os números e os factos da FMUP não pode ficar indiferente à sua excelência no ensino e formação, na investigação e na ligação à sociedade.”

Por outro lado, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas lançou o desafio para que seja estabelecida uma parceria entre o Hospital das Forças Armadas do Porto e a Faculdade de Medicina, “parceria essa que possa potenciar as duas instituições”, referiu o Almirante.

O Almirante António Silva Ribeiro e Rui Moreira foram duas das personalidades que marcaram presença na celebração do Dia da FMUP. (Foto: Egídio Santos/FMUP)

A cerimónia contou também com as intervenções de João Bernardes, presidente do Conselho de Representantes da FMUP, que destacou que nesta instituição não há lugar para “qualquer falta de respeito pelo outro”, de Armandina Moreira, em representação do pessoal técnico, que realçou que se tem conseguido sentir positivamente uma “presença de mudança”, e Margarida Duarte Albuquerque, presidente da AEFMUP, que referiu que ser estudante da FMUP “é uma prioridade”.

Já o presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, Fernando Araújo, fez menção ao sistema de ensino “inspirador” que caracteriza a Faculdade.

“A FMUP é um ator fundamental”

A presidir a sessão, coube ao Reitor da Universidade do Porto a última palavra dos discursos. António de Sousa Pereira aludiu que “apesar das muitas limitações, o esforço dos docentes, investigadores e técnicos desta Faculdade permitiu o cumprimento dos planos de estudos, a realização das atividades científicas e a prestação dos serviços administrativos ao longo da pandemia”.

Em tom de conclusão, o Reitor da U.Porto afirmou que “a FMUP é um ator fundamental no serviço nacional de saúde e do sistema científico e tecnológico nacional”, que “tem revelado uma extraordinária capacidade de se reinventar, alargando o espectro das suas áreas de intervenção pedagógica e científica”. 

A sessão foi presidida pelo Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira. (Foto: Egídio Santos/FMUP)

O desafio da Interdisciplinaridade

Este ano, Olga Pombo (Universidade de Lisboa), foi a convidada especial da sessão, tendo proferido uma alocação sobre o tema “Interdisciplinaridade: desafio ou destino da Universidade?”.

Segundo a oradora, a palavra “interdisciplinaridade” é algo que “invade todos os territórios”, seja no âmbito dos media, da universidade e até da investigação.

Durante a sua intervenção, Olga Pombo sublinhou que esta palavra “não está relacionada com o fim das disciplinas”.

Conclui-se, segundo a palestrante, que o estudante apenas aprende se constituir “a sua mente como uma disciplina”, pois essa é a “raiz básica fundamental” da interdisciplinaridade. 

Iniciativas culturais marcaram o “aniversário” 

No primeiro dia da Semana da FMUP, o arranque das celebrações fez-se na companhia dos estudantes. A inauguração da exposição dos 40 anos da AEFMUP proporcionou uma “viagem” no tempo, recordando alguns dos marcos históricos desta comunidade estudantil. Momentos depois, coube ao Grupo de Fados de Medicina do Porto e à Tuna de Medicina do Porto a animação de todos aqueles que preencheram o Átrio do Centro de Investigação Médica (CIM) para ouvirem o canto da tradição académica. 

“Silêncio, vai começar”. Ao segundo dia, o Grupo Amador Teatro Universitário (GATU) presenteou a vasta audiência da improvisada “sala de espetáculos” com a apresentação da peça “Cativeiro”. A partir dos versos de Fernando Pessoa, os futuros médicos “atores” abordaram temas pertinentes e atuais relacionados com a saúde mental. 

o terceiro dia de comemorações do aniversário da Faculdade de Medicina foi celebrado ao som da música de câmara. Os músicos do Movimento Musical Cooperativo – Carlota Monteiro na harpa e Rómulo Assis no violino – transportaram todos os espetadores desde a Aula Magna para um “mundo” de magia musical. 

Após uma “intensa” e inédita programação cultural, a Semana da FMUP chegou ao fim na sexta-feira com a Festa das Nações. Num dos espaços mais emblemáticos da cidade do Porto – o Palácio da Bolsa – estiveram reunidos estudantes, docentes, investigadores, técnicos e convidados externos num momento de convívio “à altura” da história da instituição. 

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