Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar São João (CHSJ) permitiu comprovar a eficácia do uso de botox no tratamento de pacientes com Dor Pélvica Crónica (cistite intersticial) – uma patologia que pode afetar uma em cada 200 mulheres portuguesas.
Atendendo às características da doença – frequentemente descrita como uma dor ou pressão na zona pélvica –, o tratamento da patologia passa, em alguns casos, pela injeção de botox na bexiga. No entanto, até à data, não havia confirmação se o procedimento era de facto eficaz ou se se tratava de um efeito placebo. Assim, para esclarecer a questão, os investigadores levaram a cabo um estudo clínico permitiu avaliar de perto a evolução sintomas descritos pelos pacientes após a administração do fármaco.
“Os resultados foram positivos e os pacientes demonstraram uma melhoria significativa face ao grupo de controle. O uso de botox tem a vantagem de, ao contrário de outros tratamentos, não ter de ser administrado diariamente”, explica o médico urologista, explica Francisco Cruz, coordenador de um estudo que lança assim uma nova esperança para quem sofre de Dor Pélvica Crónica.
As causas para o aparecimento da Dor Pélvica Crónica não estão completamente esclarecidas e, por isso, o tratamento passa, frequentemente, por tratamentos analgésicos. A patologia tem uma maior incidência no público feminino e “a longo prazo, reduz drasticamente a qualidade de vida dos pacientes pois, além de um enorme desconforto, desenvolvem uma maior necessidade de urinar”, acrescenta o investigador.
O estudo foi desenvolvido por Rui Almeida Pinto e Francisco Cruz – médicos urologistas do CHSJ e docentes da FMUP.