A Universidade do Porto, a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a empresa Redes Energéticas Nacionais (REN) formalizaram esta sexta-feira, 8 de maio, em Vairão, uma colaboração inédita, com vista ao lançamento e cofinanciamento de uma Cátedra Convidada na U.Porto no domínio da Biodiversidade.
Numa altura em que a promoção da sustentabilidade ambiental e a preservação dos ecossistemas mobilizam agendes académicos, científicos e políticos a nível mundial, a Cátedra ‘REN em Biodiversidade’ tem por objetivo atrair para Portugal especialistas de alto nível radicados no estrangeiro, para o desenvolvimento e promoção de atividades ligadas ao ensino, investigação e divulgação científica nos diferentes domínios da Biodiversidade e em temas de interesse mútuo para a Universidade e para a REN.
Com duração inicial de três anos e regida nos termos do Regulamento do Programa de Cátedras Convidadas da FCT, a nova Cátedra vai ser atribuída a um cientista de excelência e de renome internacional na área da Biodiversidade. A este especialista, que ficará ligado ao CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos – Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva (localizado no campus agrário da U.Porto em Vairão), competirá liderar uma equipa de investigação, participar na formação de investigadores e de estudantes, em especial de pós-graduação; garantir a ligação de investigadores e estudantes às atividades da REN, desenvolver cursos de formação avançada, proferir palestras e seminários e “contribuir para a promoção da cultura científica na sua área de intervenção”, conforme previsto no memorando de entendimento assinado pelas três partes envolvidas.
Para o Reitor da U.Porto, “a Cátedra REN em Biodiversidade vai ao encontro de dois objetivos fundamentais da Universidade: o desenvolvimento científico e a defesa do ambiente, neste caso através da preservação da diversidade biológica.”. Também por isso, “estamos hoje como ontem empenhados na análise dos grandes problemas civilizacionais e disponíveis para empregar os nossos melhores recursos humanos, científicos e tecnológicos com vista à sua resolução”, diz Sebastião Feyo de Azevedo.
Lembrando que “a Terra está a perder biodiversidade a um ritmo preocupante” e que este problema “também se coloca a Portugal, apesar do nosso país ser ainda considerado muito rico em flora e fauna”, Feyo de Azevedo acredita que “esta iniciativa vai promover o avanço do conhecimento científico sobre a biodiversidade”. Por outro lado, “como instituição de acolhimento do CIBIO-InBIO, a Universidade do Porto vai obviamente beneficiar das oportunidades de formação especializada, de investigação biológica, de transferência de conhecimento, de promoção da cultura científica e de serviços à comunidade”.
O Reitor deixou ainda elogios à cooperação com a REN: “É muito importante para o desenvolvimento do país que grandes empresas demonstrem responsabilidade social e se envolvam empenhadamente em questões decisivas para o futuro da nossa sociedade, como é a preservação da biodiversidade”.
Do lado da REN, João Conceição, administrador Executivo da empresa, também reconheceu as vantagens da colaboração com a Universidade. “É uma vantagem para a REN porque pretendemos a gerir as nossas infraestruturas de forma sustentável. Ganham as universidades porque põe em prática os conhecimentos que desenvolvem, e as populações porque vamos conseguir mitigar os impactos ambientais”, afirmou.
O processo de seleção do especialista que ficará com a responsabilidade da Cátedra já arrancou e vai ser liderado pela U.Porto e pela REN, cabendo a esta suportar 75% do financiamento anual (120.000 euros) e à FCT os restantes 25% (40.000 euros por ano).