Um grupo de investigadores da U.Porto e membros de empresas a incubar no UPTEC (Wise Networks e Flicks) rumou ao Douro Vinhateiro no passado dia 29 de janeiro, para participar em mais uma sessão A2B (Academia to Business), promovida U.Porto, em parceria com a ADVID (Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense). Desta vez, encontrando-se as vinhas em repouso depois de podadas, a visita organizada pela UPIN – Universidade do Porto Inovação teve como enfoque a falta de mecanização e os estragos provocados pelas chuvas e outras intempéries, bem como a necessidade de preservar a paisagem da região.
A primeira paragem foi a Quinta do Noval, onde os responsáveis da ADVID fizeram uma breve apresentação sobre os problemas provocados pelas intempéries, mencionando as necessidades específicas das quintas locais para intervir e minimizar os estragos, racionalizando a vinha de encosta. Na opinião do diretor técnico da associação Fernando Alves, são cada vez mais precisos “equipamentos adequados”, a partir do “levantamento das ocorrências”.
Na segunda quinta visitada, a Quinta das Carvalhas (pertencente à Real Companhia Velha), o engenheiro Álvaro Lopes disse partilhar desta falta de recursos mas assume que é preciso, acima de tudo, preservar a paisagem do Douro e “produzir bom vinho”. Uma opinião que encontrou eco junto dos vários arquitetos paisagistas que acompanhar a excursão e que são os primeiros a defender esta necessidade, fulcral para manter o Douro como Património Mundial da Humanidade.
Interessados em ajudar a preservar o que é tão nacional, os investigadores da U.Porto colocaram questões, passearam pelas vinhas e mostraram como podem contribuir para o desenvolvimento da indústria vitícola numa região em que agricultores e produtores locais têm feito o possível para conciliar a paisagem com a mundialmente conhecida qualidade do vinho do Porto. Carmen Ferreira, professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Letras, realçou que “o Douro não é só vinho nem só vinha. Há toda uma paisagem e solo que temos de preservar”.
“No Douro, nada é feito de ânimo leve”, mencionou por sua vez o responsável pela Quinta do Noval, José Eduardo. “Necessitávamos, por exemplo, de uma monitorização dos níveis de água no solo”, disse o engenheiro aos presentes, na expectativa de que destas reuniões surjam parcerias benéficas para ambas as partes. O objetivo das A2B sessions é esse mesmo: criar sinergias e tirar proveito delas. A primeira sessão de 2013 irá concretizar-se já no dia 8 de fevereiro, data em que investigadores da U.Porto e membros da ADVID se vão encontrar para uma reunião.