Ao contrário de muitos colegas que iniciam esta terça-feira a aventura de estudar na Universidade do Porto, Carlos, Gabriela, Luísa e Sara não viveram com ansiedade o anúncio dos resultados da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior 2020/2021. Nem precisaram. Com uma nota de candidatura de 20 valores, todos eles já sabiam à partida o caminho que iam percorrer nos próximos anos. E que a universidade preferida dos estudantes portugueses estaria no centro dele…

Elas são do Porto. Ele é de Espinho. Para os quatro, a opção pela U.Porto foi “a escolha natural”, como resume Luísa Leite, “caloira” do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia (FEUP), um dos três cursos com as classificações de entrada mais elevadas a nível nacional.

“A U.Porto foi, desde sempre, a minha primeira opção. Não só por estar localizada na cidade do Porto, mas também pelo seu reconhecimento a nível europeu”, revela por sua vez Gabriela Gonçalves, um dos mais recentes membros da Faculdade de Arquitetura (FAUP).

Luísa Leite, 19 anos, ingressou no Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial da FEUP. (Foto: DR)

Foi também o binómio geografia/prestígio que levou Sara Alves a manter como “primeira escolha” estudar na que classifica  como “uma das cidades mais bonitas da Europa, e com a vantagem acrescida de ter uma das melhores universidades europeias”. Uma “mistura” que vai poder provar nos próximos cinco anos, enquanto estudante da licenciatura de Direito da Faculdade de Direito (FDUP).

Carlos Ribeiro terá de fazer mais alguns quilómetros por dia para chegar ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Nada que tenha impedido o futuro médico de 18 anos de fazer “a escolha natural”. “Para quem mora em Espinho, como eu, ter a proximidade ao Porto e à sua universidade, reputada internacionalmente pela qualidade de ensino, é um privilégio”, diz.

Carlos Ribeiro, 18 anos, ingressou no Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS. (Foto: DR)

Receitas para o sucesso

Mas se o destino dos novos “Quatro Vintes” da U.Porto está traçado para os próximos anos, tal só foi possível graças ao percurso “imaculado” que desenharam nos últimos três anos, no ensino secundário. O segredo?

“O  “segredo” não está em estudar muito, mas em estudar bem. É importante sabermos gerir o nosso tempo, organizarmos o estudo e definirmos que, quando estamos a estudar, estamos 100% concentrados e empenhados no que estamos a fazer”, revela Luísa Leite. Mas não só. “Estar atento nas aulas claro que também é crucial para não termos o dobro do trabalho em casa”, sugere a estudante de 18 anos.

Gabriela Gonçalves segue a mesma linha. “Talvez o único “segredo” seja o modo como se trabalha. Acredito que devemos trabalhar de forma inteligente e com qualidade, procurando aprender pacientemente com os nossos erros”, explica a futura arquiteta.

Gabriela Gonçalves, 19 anos, ingressou no Mestrado Integrado em Arquitetura da FAUP. (Foto: DR)

Já para Carlos Ribeiro, a “fórmula mágica” faz-se de ” muito foco, confiança nas minhas capacidades (essencial), concentração, um espírito de curiosidade que facilita a minha ligação a novos conhecimentos e, claro, o trabalho excelente de todos os professores com quem tracei este percurso, desde a primária até ao secundário”.

Mas mesmo para quem “rebenta a escala”, o caminho até ao Ensino Superior não se faz sem dúvidas e incertezas. Para superá-las, Sara Alves optou por fazer das fraquezas, forças: “Quando entrei para o 11º ano estava muito insegura em relação a que curso escolher. Por isso, nos último dois anos do liceu, passei muito tempo a estudar, a fazer trabalhos extra e a preparar as aulas”, confessa a estudante. Contas feitas, a nota máxima “deve-se a uma mistura de esforço e sorte”.

“Aproveitar ao máximo”

Garantido o objetivo de entrar na U.Porto, os quatro estudantes preparam-se agora para enfrentar  um novo desafio ainda mais exigente ao longo dos próximos anos. A ambição, essa, mantém-se. “Espero gostar do curso e conseguir manter boas notas. Provavelmente não serão 20, mas o objetivo será sempre esse!”, projeta Luísa Leite.

Ainda a dar os primeiros passos na Universidade, Sara Alves pisca já o olho a uma carreira ligada ao Direito Internacional ou ao Direito Europeu. Mas, por agora, “quero deixar as minhas opções em aberto e aproveitar este novo começo para explorar todos os caminhos que posso vir a seguir na minha carreira profissional”.

Sara Alves, 19 anos, ingressou na licenciatura em Direito da FDUP. (Foto: DR)

Quanto a Carlos Ribeiro, não esconde o desejo de “aproveitar ao máximo tudo o que o Porto e a sua universidade têm para oferecer, tanto a nível letivo como a nível pessoal”.

Gabriela Gonçalves assina por baixo, mas acrescenta: “Desejo também conhecer pessoas novas e diferentes, com as quais poderei aprender, trocar ideias e expandir os meus horizontes, enriquecendo social e culturalmente”.

Nota do autor: Para além dos quatro estudantes referidos no artigo, também as estudantes Inês Reis Pires e Sofia Vilas Boas ingressaram este ano letivo, com 20 valores de nota de entrada, nas licenciaturas de Artes Plásticas da Faculdade de Belas Artes (FBAUP) e de Relações Internacionais da Faculdade de Letras (FLUP), respetivamente.