Vinda do Brasil para concluir o ensino secundário em Portugal, Vitória Bueno procurava uma instituição do ensino superior que lhe abrisse as portas e oferecesse integração. Por isso, não teve dúvidas ao considerar a Universidade do Porto a “melhor opção” para seguir a “paixão” pelo estudo da linguagem e da literatura.

O primeiro ano como estudante da Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras (FLUP) foi “essencial para a formação como estudante e como pessoa” e permitiu-lhe compartilhar a sua paixão com pessoas “admiráveis”. Este convívio fez com que a estudante se sentisse acolhida e um carinho, pela faculdade e as pessoas que a rodeiam, que continua a aumentar ao longo de um percurso que “revelou tantos sentidos antes ocultos”.

Com uma média de 18,7 valores no primeiro ano do curso, Vitória Bueno, de 19 anos, é uma de 22 estudantes distinguidos com o Prémio Incentivo 2024. Uma distinção que considera ser a confirmação de que “a diversidade de perspetivas – linguísticas e culturais – é positiva e deve ser sempre respeitada e incentivada”.

Por tudo isto, utiliza a palavra “abertura” para descrever a U.Porto e refere que cada estudante deve estar “aberto para a troca de conhecimentos que a Universidade oferece”.

– O que te motivou a escolher a U.Porto?

Eu sempre sonhei em ingressar numa universidade pública de referência, com bons professores e uma cultura viva. Eu estava certa de querer estudar linguagem e literatura, por ser a minha paixão. Procurava uma instituição que me pudesse formar nessa área, abrir portas e oferecer integração na comunidade. Nesta cidade europeia, para mim ainda nova, a U.Porto era sem dúvidas a melhor opção.

– O que gostaste mais no primeiro ano na Universidade?

Ao chegar como imigrante em Portugal, fiz o 12º ano do secundário aqui e foi uma adaptação bastante difícil, em que o estranhamento e a distância cultural representaram verdadeiras barreiras. Entrei na universidade com a consciência de que era um grande passo e, felizmente, me senti acolhida. O meu primeiro ano na U.Porto foi marcado pela sensação de que a vida se abria em um leque de caminhos possíveis. Foi um ano essencial para a formação da minha identidade como estudante e como pessoa.

– Uma experiência para recordar do teu percurso na U.Porto até aqui?

Ao longo dos semestres fui cultivando cada vez mais carinho pelo espaço da faculdade, pelos amigos que fiz, pelos professores que tive. Quando esta etapa estiver concluída, eu me lembrarei de como este percurso me revelou tantos sentidos antes ocultos, tantas visões antes ofuscadas. Foi um espaço de descoberta da paixão pela literatura e pela linguagem, uma paixão que eu antes pressentia, mas não vivia tão intensamente; ou, mais importante, uma paixão que até então eu não pudera compartilhar com tantas pessoas admiráveis. Sobretudo os instantes de conexão e realização, seja numa aula cativante ou num momento entre amigos: são estes que guardo comigo afetuosamente.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti e para o teu futuro?

O Prémio Incentivo significa muito para mim. É gratificante saber que o meu envolvimento e dedicação dão frutos e por isso me sinto motivada. Além disso, este prémio me permitirá financiar alguns projetos académicos. Como estudante brasileira, vejo também este prémio como uma confirmação de que, na universidade como em toda a comunidade lusófona, a diversidade de perspetivas — linguísticas e culturais — é positiva e deve ser sempre respeitada e incentivada.

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Abertura.

– Um conselho para os novos estudantes da U.Porto?

A Universidade tem mais a oferecer do que preparar para o exercício de uma profissão, embora isso também seja importante. Estudar é uma forma de se envolver com o mundo, de o entender, de o questionar e, principalmente, de o vivenciar coletivamente. É importante estar aberto para a oportunidade de troca de conhecimentos que a Universidade oferece.