Apesar de, por vezes, ter dúvidas sobre o curso que queria seguir escolher, os testemunhos de antigos estudantes – que diziam sempre “coisas boas” sobre a Universidade do Porto -, aliados à proximidade a casa, acabaram por pesar na decisão de Bruno Oliveira. Tanto que o estudante natural de Vila Nova de Gaia acabou por voltar à ideia original e optou por ingressar na Licenciatura em Engenharia Informática e Computação, lecionada e, conjunto pelas faculdades de Engenharia (FEUP) e de Ciências (FCUP) da U.Porto.

Na U.Porto, encontrou um ambiente “super agradável” e de “bastante apoio para novos estudantes”, o que facilitou a adaptação. Destaca a disponibilidade e preocupação do corpo docente para acompanhar a aprendizagem dos estudantes.

Rapidamente percebeu que estava no curso certo. Antes de ingressar no ensino superior, tentou criar alguns projetos pessoais no âmbito da Engenharia Informática, bas sem sucesso. No entanto, após o início do curso conseguiu, através das aulas e da participação em alguns grupos da própria faculdade como o Núcleo de Informática (NIAEFEUP), identificar o que estava a fazer de forma correta e como prosseguir para, finalmente, os concluir. E “nunca estava muito longe”.

A verdade é que está, sem dúvida, no “curso ideal” e os resultados falam por si. Com uma média de 19,85 valores no final do primeiro ano, Bruno Oliveira é o estudante com a média mais elevada entre os 22 eleitos para receber o Prémio Incentivo 2024. Admite nem sempre ter sido “o estudante que todos admiram”, mas toda a sua “perseverança” acabou por dar frutos. Caracteriza a distinção como um marco por ser a primeira vez que é “recompensado ou prestigiado pelo mérito”. No futuro, promete continuar a seguir os seus sonhos e a superar-se dia após dia.

– O que te motivou a escolher a U.Porto?

Para começar, a U.Porto é uma das universidades mais próximas de minha casa. Principalmente quando me fui candidatar ao ensino superior, receei a ideia de estudar longe, por causa do dinheiro e do tempo que se gasta nas deslocações (e possível alojamento) e por me ter de adaptar a um ambiente novo, o que nunca vem sem sentimentos de incerteza e ansiedade. Conheço agora muitos dos meus colegas que lidam/lidaram com esta situação.

Por outro lado, a U.Porto sempre me foi apresentada como uma universidade com muito prestígio. Muitas das pessoas que eu conheço e que se formaram na U.Porto tiveram sempre coisas boas a falar da universidade e estão agora a fazer o que mais gostam. Foram estas as razões que me fizeram querer, desde muito cedo, seguir Engenharia Informática aqui na U.Porto. Eventualmente, já pensei em ir para outros cursos que só encontro noutras instituições, mas, no final, regressei sempre à ideia de ir para o curso onde estou agora.

O que gostaste mais no primeiro ano na Universidade?

Quase sempre que os meus professores da escola falavam do ensino superior, comentavam como é uma experiência tão mais traumatizante que o ensino secundário e descreviam os professores universitários como bichos de sete cabeças. Por isso, sem dúvida que o que mais gostei foi de descobrir, quando entrei na FEUP, que nada disso era verdade!

O ambiente da faculdade é super agradável e considero que existe bastante apoio para novos estudantes, o que amortece bastante o trauma da adaptação ao novo ambiente académico (o que me aliviou bastante, com certeza a minha adaptação no ensino secundário foi muito mais atribulada). Além disso, os professores mostram-se bastante prestáveis, preocupam-se bastante em nós percebermos os conceitos e em esclarecer as nossas dúvidas. Mas, sobretudo, são super simpáticos, falam ativamente com os estudantes e com bastante ânimo.

Em adição, gostei de perceber que este curso era ideal para mim. Sempre me interessei pela programação e por mexer em computadores, no geral. Fiz alguns projetos pessoais que me deram alguma experiência, mas nunca se tornaram em algo maior, pois eu desistia sempre, com a impressão que não estava a fazer as coisas direito. Quando entrei no curso, fiquei a perceber duas coisas: em primeiro lugar, sim, não estava a fazer as coisas da melhor forma mas, em segundo lugar, nunca estava muito longe. Aprendi bastantes coisas logo no início do curso, não só como estudante, através das unidades curriculares, mas também nos projetos e atividades dos quais fiz parte no Núcleo de Informática (NIAEFEUP) e mais. Este primeiro ano foi uma jornada para tentar superar as minhas expectativas, e estou certo de que isso se sucedeu.

– Uma experiência para recordar do teu percurso na U.Porto até aqui?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, eu nem sempre fui o estudante que todos admiram. Durante uma grande parte da minha vida académica no ensino básico/secundário, eu tive muitas dificuldades em conseguir notas “muito boas”, por mais que eu estudasse ou que me esforçasse. Eventualmente consegui virar a página, provavelmente devido à minha perseverança, por ter-me esforçado (muitas vezes até ao limite) mesmo quando os resultados foram maus. Não obstante, com isto quero dizer que só recentemente é que me tornei uma “estrelinha” e as pessoas começaram a ver-me como um ídolo, ideia à qual ainda não me habituei muito bem e que resulta sempre comigo a ficar acanhado.

O que eu vou contar aconteceu no ano letivo passado, quando eu fiz o último teste de Teoria da Computação. Tinha acabado de terminar o teste, que correu muito bem, mas eu preciso sempre de descomprimir um bocado depois destas situações. Quando saio da sala de exame, sou assustado por um rapaz que me perguntou: “Desculpa, és o Bruno Ricardo?”. Comecei por ficar desconfiado, sem perceber o que ele pretendia de mim, mas depois ele explicou que já sabia que eu era o rapaz do nosso ano que tirava “as melhores notas” e começou a gozar como ele e os amigos dele pensavam que eu não era real e que queriam um autógrafo meu. Eu fingi por fora, mas internamente estava a gritar da vergonha que estava a sentir. Contudo, a interação foi bastante agradável e foi das mais engraçadas que tenho a partilhar. Voltando ao presente, agora faço parte daquele grupo de amigos e considero que somos bastante próximos, sem dúvida uma amizade com um dos começos mais inesperados que eu conheço.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti e para o teu futuro?

Como eu disse anteriormente, sinto que só recentemente o meu esforço se refletiu num grau de sucesso com o qual me orgulho, mas nunca tinha sido recompensado ou prestigiado pelo meu mérito (a única exceção que me lembro foi ter conseguido entrar no curso que sempre quis). Portanto, este prémio é sem dúvida um marco para mim, é das primeiras provas de que mais alguém se interessa pelo meu sucesso, e é um lembrete de que a minha dedicação não é em vão. Também considero ser um prémio importante para o futuro da comunidade académica, pois é um ótimo incentivo para as pessoas irem mais longe e alcançarem o seu melhor.

Quanto ao meu futuro, obviamente não subestimo esta oportunidade e continuarei a seguir os meus sonhos e a tentar me superar, por maiores que sejam os obstáculos.

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Realização

– Um conselho para os novos estudantes da U.Porto?

Acho que uma das qualidades mais essenciais para um estudante universitário é a gestão do tempo. Pelo que vejo, a maioria das pessoas não percebe o quão benéfico é começar a estudar desde cedo no semestre. É uma excelente forma de distribuir a carga da faculdade ao longo do tempo, permitindo não ficar tão sobrecarregado nas alturas mais intensas (o que considero ser algo importante, principalmente, no meu curso). Além disso, permite acompanhar a matéria de uma forma mais natural e, em geral, fazer-nos sentir menos perdidos. Já há muito tempo que sigo esta mentalidade e tem-me servido muito bem.